Sem querer, Bolsonaro acerta: UE rejeita acordo com Mercosul

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O Parlamento Europeu anunciou nesta quarta-feira que não ratificará o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. A resolução foi aprovada por 345 votos a favor, 295 contra e 56 abstenções. Os eurodeputados responsabilizaram a política do Governo Bolsonaro para a Amazônia. A decisão não é vinculativa e ainda pode ser alterada.

Os legisladores consideraram que não há mecanismo de sanção no acordo caso o Brasil não consiga evitar os avanços das queimadas e incêndios na Amazônia, além de não proteger os povos indígenas das ações de grilagem, garimpo e invasão de suas terras por madeireiros. Além disso, acusam o governo brasileiro de constantes ataques aos direitos humanos e à democracia.

Ainda que os motivos representem uma mancha sobre o Brasil, a não aprovação do acordo é benéfica para o país. Analistas comparavam o acerto ao negócio firmado entre a galinha e o porco para o café da manhã. A ave entrava com os ovos, e o suíno forneceria o presunto. Não é preciso imaginação para descobrir quem seria o porco.

O acordo abriria o mercado do Mercosul para os produtos industriais europeus de alta tecnologia, enquanto os países do bloco sul-americano ganhariam acesso à UE para seus produtos agrícolas, numa relação desigual. O Mercosul é o principal destino das exportações brasileiras de bens industriais.

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Atualmente, o acordo está em processo de verificação jurídica e de tradução em todas as línguas oficiais da UE. Depois disso, ele precisa ser aprovado pelos legislativos de todos os países-membros e só então é analisado no Parlamento Europeu, que também precisa dar o seu aval para ele poder entrar em vigor.

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