Sérgio Cabral no centro do alvo

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PF desvenda esquema envolvendo empreiteira Delta e Carlinhos Cachoeira

Mitidieri: ex-governador está sendo investigado por força-tarefa
Mitidieri: ex-governador está sendo investigado por força-tarefa

O ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) é alvo da investigação Operação Saqueador, oriunda da Lava Jato, confirmou o procurador do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro Leandro Mitidieri. Suspeito de receber propina, o peemedebista está sob investigação de uma força-tarefa criada no Rio para apurar crimes no estado. Entre os alvos está o ex-presidente da Delta e amigo de Cabral, Fernando Cavendish.
Em delação premiada a procuradores da Lava Jato, dois ex-executivos da Andrade Gutierrez – Rogério Nora de Sá e Clóvis Peixoto Primo – contaram que Cabral cobrou pagamento de 5% do valor total do contrato para permitir que a construtora se associasse à Odebrecht e à Delta no consórcio que disputaria a reforma do Maracanã, em 2009, para a Copa do Mundo.
Inicialmente orçada em R$ 720 milhões, a reforma do estádio que recebeu a abertura e a final da Copa custou cerca de R$ 1,2 bilhão. A porcentagem seria equivalente a aproximadamente R$ 60 milhões. Em nota, o ex-governador disse que manteve apenas relações institucionais com a empresa Andrade Gutierrez.
Policiais federais prenderam três acusados do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro por meio de obras públicas envolvendo a Delta. Ao todo, foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva. Dentre os presos, está Carlinhos Cachoeira, detido em Goiás e transferido para o Rio de Janeiro. Fernando Cavendish não foi preso porque viajou para Europa no último dia 22 e ainda não foi localizado.
As investigações apontam que mais de R$ 370 milhões foram lavados por meio de pagamento ilícito a 18 empresas de fachada. Carlinhos Cachoeira, Adir Assad e Marcelo Abbud são acusados de serem os responsáveis por criar as empresas fantasmas que lavavam os recursos públicos, por meio de contratos fictícios.
Segundo a PF, quase 100% do faturamento da Delta eram provenientes de obras públicas entre 2007 e 2012, somando perto de R$ 11 bilhões. O dinheiro era sacado em espécie para o pagamento de propina a agentes públicos. As empresas, que só existiam no papel, recebiam o dinheiro, mas não realizavam o serviço. Os valores das transferências aumentaram em anos de eleições.

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