Sergipe é o menor Estado da Federação, situado na Região Nordeste, e Aracaju é igualmente a menor das capitais brasileiras. Todavia, não somente o Estado surpreende e muito positivamente os visitantes, como a capital, que ainda guarda ares de província, mas com tudo funcionando, bares, restaurantes, hotéis, três shopping centers, e com qualidade de vida para os seus moradores. O governador do Estado, Fábio Mitidieri, e o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, trabalham juntos e em prol da população.
O sergipano recebe com cordialidade e hospitalidade: não há sinais de trânsito na capital, mas dezenas e dezenas de faixas de pedestres e os motoristas param em cada uma delas, permitindo que os transeuntes atravessem ruas e avenidas em segurança; a limpeza urbana é elogiável, e não se vê lixo acumulado; moradores de ruas não são encontrados; as pichações nos prédios são mínimas. A orla de Atalaia, a principal de Aracaju, tem uma iluminação exuberante, e em toda a sua extensão há entretenimento, para adultos, crianças e idosos; lagoas artificiais foram nela construídas para que os que curtem pedalinhos possam passar parte do seu tempo dando voltas em um ambiente arborizado e bem cuidado. A segurança pública chama atenção, pois em cada esquina existem guardas armados, mas educados e sempre prontos para dar informações. Aracaju impressiona, com seu mar extenso, morno e tranquilo, águas limpas, de cor amarronzada, por causa do entroncamento dos rios Sergipe, que corre ao Norte, e o Vaza-Barris, que corre na porção sul e que divide os territórios da Bahia e do Sergipe. Nos arredores de Aracaju, o mar é verde translúcido.
Se em Aracaju, as diversões são muitas, nas imediações, elas são dezenas e todas elas de grande valor cultural, como as visitas às cidades históricas de São Cristóvão e Laranjeiras, ou se descolocar para praias mais distantes. Essas duas cidades são verdadeiros museus a céu aberto, com casarões e igrejas do século 17. São Cristóvão foi a primeira capital do estado e é a quarta cidade mais antiga do país, além de patrimônio histórico mundial. Já Laranjeiras é considerada o berço da economia, da cultura e da política sergipana.
Os cenários de Xingó, distante 215 km de Aracaju, fascinam por sua beleza exuberante. Lá está o maior e mais belo complexo turístico do estado, cenário de novelas, filmes e minisséries. Trata-se de um dos mais belos espetáculos da natureza em meio à caatinga no sertão sergipano, onde são encontradas vegetação endêmica, fauna e estonteantes paredões areníticos de tirar o fôlego.
A foz do Rio São Francisco, o rio da integração nacional, é outro passeio imperdível. Foi descoberto por Américo Vespúcio, em 1501, e serviu anos mais tarde de hidrovia para que D. Pedro II visitasse Sergipe e Alagoas. Suas paisagens encantam pela beleza, pelo verde esmeralda das suas águas, apresentando ilhas fluviais, manguezais, dunas e coqueirais exuberantes. Fica cerca de 150 km de Aracaju.
A região de Mangue Seco, mais perto e apenas 85 km da capital, é tema da novela Tieta do Agreste, da Rede Globo, adaptado da obra de Jorge Amado, localizada na divisa da Bahia com Sergipe. O acesso é feito de barco, lancha ou catamarã até o povoado e de lá é necessário um passeio de buggy, para percorrer as dunas e coqueirais que seduziram Tieta, até a praia, onde se encontram charmosas barracas à beira-mar, com redes para descanso e banhos de mar. Uma delicia!
Outro programa que não pode ficar fora dos dias passados em Sergipe é uma visita à famosa Rota do Cangaço, o mais novo complexo de lazer do sertão do estado. Esse passeio une história, beleza natural e cultura e conhecer o local onde Lampião foi morto sem abrir mão do conforto que o eco parque possibilita, navegando pelas águas do velho Chico e apreciando paisagens únicas da caatinga, bioma exclusivo do Brasil, é um mergulho espetacular na história e na geografia do Nordeste.
E dentre tantas atrações, e todas elas por valores justos, ainda está na pauta uma visita à Crôa do Goré a à Ilha dos Namorados, bem perto de Aracaju, cerca de apenas 25 km. O passeio é feito de catamarã ou lancha, e são visitadas duas ilhas fluviais, a Ilha do Goré e a Ilha do Namorados. Esse é um passeio para se contemplar a natureza, para se apreciar o rico manguezal da região, os crustáceos em quantidade, incluindo o popular Goré, se deitar nas palhoças para se abrigar ou nas redes sobre estacas para relaxar na água. Esse destino é espetacular.
Uma semana é pouco para se desvendar e se visitar tantos locais sensacionais em Sergipe. Mas, se o tempo ainda permitir, não custa esticar um pouco mais e tentar ir até o Parque dos Falcões, 60 km de Aracaju. Sempre aconselhável sair bem cedo do hotel, por volta das 6h da manhã, para melhor aproveitar o dia. Localizado no Parque Nacional da Serra de Itabaiana, esse parque é atualmente referência em todo o mundo no manejo, reprodução, adestramento e preservação das aves de rapina. O trabalho desenvolvido pelo senhor José Percillo, pioneiro em técnicas de implante de penas e reprodução, é fantástico e merece ser aplaudido de pé.
A cidade de Aracaju e o Estado de Sergipe têm juntos muito a oferecer ao visitante. O turismo, nessa parte do Nordeste do Brasil, está evoluindo muito, mas há necessidade de se divulgar ainda mais, sobretudo nos estados das regiões Sudeste e Sul, toda essa riqueza preservada e cultivada e que merece ser desbravada e comentada.
Paulo Alonso, jornalista, é reitor da Universidade Santa Úrsula.