HAIKOU, 15 de abril (Xinhua) — O consumo de serviços da China não está apenas se recuperando, mas evoluindo rapidamente, tornando-se um importante impulsionador do crescimento geral do consumo, de acordo com um relatório divulgado pelo Instituto Chinês para Reforma e Desenvolvimento.
O think tank sediado em Hainan publicou o relatório nesta segunda-feira durante a China International Consumer Products Expo deste ano, a única exposição nacional do país focada em bens de consumo, que está sendo realizada na província insular tropical.
O relatório prevê que, até 2030, o consumo per capita de serviços dos residentes urbanos e rurais da China poderá ultrapassar 20.000 yuans (cerca de 2.773 dólares americanos), representando mais da metade do consumo total. Espera-se que a transição para uma sociedade de consumo orientada para os serviços impulsione o crescimento econômico sustentável e transforme os padrões de consumo.
O consumo de serviços se tornou um propulsor do consumo de bens, e uma tendência de “serviços semelhantes a bens” está ganhando força em todo o país, disse Chi Fulin, chefe do think tank.
O relatório mostra que os setores tradicionais estão liderando a recuperação. Atrações tradicionais para diversão e relaxamento, como férias na neve e filmes de sucesso, estão de volta com tudo.
O turismo de inverno continua a ganhar popularidade, especialmente durante os períodos de pico de viagens. Durante o Festival da Primavera de 2025, foram registrados 17,23 milhões de visitantes em 934 estações de esqui em todo o país — um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Para a temporada de inverno de 2024-2025, estima-se que o número de pessoas envolvidas no turismo de gelo e neve na China seja de 520 milhões.
No início deste ano, a indústria cinematográfica chinesa também teve um retorno notável. A bilheteria do Festival da Primavera de 2025 atingiu o recorde de 9,51 bilhões de yuans, com 187 milhões de espectadores em todo o país. As vendas diárias de bilheteria também atingiram novos recordes durante o período de festas. O filme de animação “Ne Zha 2” fez história ao se tornar o primeiro filme asiático a entrar no top 5 global e liderar a bilheteria global de animação.
Enquanto formas clássicas de consumo de serviços, como filmes e turismo, continuam a prosperar, uma nova onda de experiências digitais, liderada pela inteligência artificial generativa (IA), está rapidamente remodelando o cenário de consumo da China.
De acordo com o relatório, a IA generativa está aprimorando e atualizando a experiência do consumidor-usuário final à medida que é integrada a aplicativos comuns de internet, incluindo plataformas de mensagens instantâneas, software de escritório, atendimento ao cliente on-line e ferramentas criativas.
Em dezembro de 2024, aproximadamente 331 milhões de pessoas na China relataram conhecer produtos de IA generativa, e cerca de 249 milhões afirmaram tê-los utilizado. Esse aumento no engajamento público reflete a crescente presença da tecnologia na vida digital cotidiana, bem como sua crescente influência nos padrões de consumo.
Jiang Ying, presidente da Deloitte China, prevê que a China alavancará ainda mais sua força em inovação tecnológica rápida para impulsionar a demanda. “A China incentiva a integração de tecnologias emergentes, como a IA, para aprimorar as experiências do consumidor e criar novos cenários de consumo”, acrescentou.
Em março, a China divulgou um plano de iniciativas especiais para aumentar o consumo, à medida que a segunda maior economia do mundo busca tornar a demanda interna o principal motor e âncora do crescimento econômico. O plano destaca a melhoria da qualidade do consumo de serviços.
Chi enfatizou que os próximos cinco a dez anos serão um período crítico para o crescimento econômico da China. Ele sugeriu que investimentos significativos em pessoas sejam feitos para transformar o consumo de serviços em uma força importante na economia, tornando o consumo um motor essencial para o crescimento econômico sustentado. Fim