Sete em 10 brasileiros compram em sites internacionais

Shopee, Shein e AliExpress representam cerca de 30% das visitas entre os 10 maiores e-commerces no Brasil

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E-commerce venda online / comércio eletrônico (Foto: Pixabay/CC)
E-commerce (foto Pixabay/CC)

Estudo da Octadesk com a Opinion Box intitulado “E-commerce Trends 2025″ apontou que em meio às discussões sobre tributações, os sites internacionais seguem ganhando espaço na preferência dos consumidores e sete em cada 10 brasileiros já realizam compras em e-commerces estrangeiros. Entre os favoritos despontam a Shopee (52%), Shein (43%) e Aliexpress (39%).

Para 60% dos consumidores, o ritmo de compras nessas lojas deve se manter o mesmo nos próximos 12 meses, enquanto 25% têm intenção de aumentar e 15% querem comprar menos.

O levantamento também mostra que o consumidor continua propenso a comprar online. Do total de entrevistados, 88% afirmaram comprar online ao menos uma vez por mês, um aumento de 3% em relação ao ano passado. As lojas virtuais (65%) e os marketplaces (60%) são os canais preferidos, seguidos pelos aplicativos das próprias lojas (54%).

O frete grátis, para 72% dos entrevistados, é o principal fator levado em consideração na hora de escolher onde comprar, seguido de promoções (61%) e do prazo de entrega (48%). Além disso, os preços mais baixos (53%), praticidade (58%), promoções (51%) e a facilidade para comparar preços (50%) são os motivos pela preferência pelo e-commerce.

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Ainda segundo o apurado, 57% afirmaram já terem adquirido itens de vestuário em compras virtuais, enquanto 42% compraram calçados, 40%, artigos de higiene e beleza, e 39% adquiriram eletrônicos.

De acordo com o estudo, 45% dos consumidores já compraram produtos recomendados por influenciadores digitais. O maior público influenciado é formado por mulheres (52%). No estrato por idade, a influência é ainda maior, 55% das jovens entre 16 e 29 anos afirmaram realizar comprar influenciadas pelos produtores de conteúdo. O percentual cai para 45% na faixa dos 30 aos 49 anos e de 34% para 50 anos ou mais. Entre os homens, apenas 36% afirmaram ser influenciados, enquanto 54% disseram não adquirir produtos por recomendação de influenciadores e outros 10% não tinham certeza.

O Pix segue popular entre os consumidores e 88% afirmaram já terem usado o sistema de pagamentos para realizar compras online. No entanto, o cartão de crédito com parcelamento segue como o principal meio de pagamento, com 52% das transações, seguido do Pix com 24% das transações, 2 pontos percentuais a mais em comparação com 2022. O cartão de crédito à vista é usado por 14%, o débito, 4%, e boletos, 2%.

O estudo entrevistou 2.055 consumidores, com idade acima de 16 anos de todo o Brasil e de todas as classes sociais, em maio de 2024. Todos os entrevistados realizaram pelo menos uma compra online nos últimos seis meses. A margem de erro da pesquisa é de 2,1 pontos percentuais.

Já dados do Relatório Setores do E-commerce no Brasil, da Conversion, mostram que três dessas principais marcas asiáticas – Shopee, Shein e AliExpress – somam, mensalmente, cerca 385 milhões de acessos únicos no país.

Os números ainda demonstram como, considerando as 10 empresas com mais tráfego no comércio eletrônico do Brasil – que reúnem cerca de 1,34 bilhão de visitas -, a participação dessas três asiáticas no bolo é de cerca de 30%.

Juntas, Shopee, AliExpress e Shein superam até mesmo o Mercado Livre, líder de visitação no vareho eletrônico do país e que, somente em junho, registrou 363,1 milhões de acessos.

Após um intenso debate que durou todo o primeiro semestre, o Governo Federal definiu que compras de até US$ 50 (R$ 281, na cotação de julho) feitas em aplicativos estrangeiros habilitados no programa “Remessa Conforme” precisarão arcar com uma alíquota de 20% ao entrarem no Brasil, além de outros 17% do ICMS.

Compras acima desse valor terão que pagar uma taxa ainda maior, de 60%, considerando um desconto de US$ 20 estabelecido em meios às tratativas do governo no Congresso. O argumento oficial é de que a medida visa estabelecer uma concorrência mais justa no mercado nacional. As empresas reagiram negativamente em um primeiro momento, mas depois entraram em concordância – e a Shopee chegou a se dizer favorável à taxação.

Nesse período, as marcas calcularam que para o consumidor, aquisições feitas abaixo do teto de US$ 50 vão ficar pelo menos 44% mais caras a partir de agosto. Acima disso, o reajuste no valor final chegará a 92%.

Apesar do acréscimo nos custos, as três principais marcas asiáticas do relatório da Conversion estão tendo um ano positivo em termos de tráfego. Os dados mostram que a AliExpress, por exemplo, aumentou seu número de visitantes únicos em 6,4% apenas em 2024. A empresa, que faz parte do conglomerado chinês Alibaba, registrou um volume de 73,4 milhões de acessos únicos em junho, número que foi de 69 mil em janeiro. É, hoje, a sétima plataforma mais visitada por brasileiros.

Já a Shein, fundada há mais de uma década na China, voou ainda mais alto, elevando em quase 30% seus acessos no primeiro semestre. Eram 63,1 milhões de visitas em janeiro, enquanto, em junho, esse número chegou a 81,9 milhões.

Mas o crescimento mais vertiginoso foi da Shopee, de Singapura, que passou de 180,5 milhões de acessos no Brasil em janeiro para incríveis 230,4 milhões no mês passado, desbancando a Amazon Brasil (193,8 milhões), da segunda posição que a gigante norte-americana ocupava há anos. A alta neste período foi de 27,6%. Para se ter ideia desse volume, a plataforma representa 17% de todo o tráfego das 10 marcas mais visitadas do comércio eletrônico brasileiro.

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