Crescem famílias com mais da metade da renda comprometida com dívidas

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Aumentou em 14 pontos percentuais o número de consumidores inadimplentes que alegam estar com mais de 50% da renda comprometida com o pagamento de dívidas. Segundo a pesquisa Perfil do Consumidor da Boa Vista, realizada com pouco mais de 1.500 respondentes, em todo o país, ao longo do segundo semestre de 2018, 70% dos entrevistados disseram estar com mais de 50% da renda comprometida contra 56% dos respondentes no primeiro semestre de 2018.

A pesquisa também identificou que para 82% está muito difícil manter as contas em dia. Percentual que permaneceu estável na comparação com o semestre anterior.

De acordo com o levantamento, 51% dos consumidores informaram que possuem dívidas de até R$ 3 mil. 23% até R$ 1 mil (contra 32% do primeiro semestre de 2018); 28% deles que possuem valores acima de R$ 1 mil e até R$ 3 mil (contra 34% do primeiro semestre de 2018). Quanto maior o número de contas, maior é o valor devido. Segundo a pesquisa, 67% possuem cinco contas ou mais que geraram a restrição e com valores devidos que superam R$ 4 mil.

Saltou de 7% para 24%, entre o primeiro e o segundo semestre de 2018, o percentual de respondentes que alegaram ter ficado inadimplentes porque houve uma diminuição da renda, uma alta de 17 pontos percentuais. Outros 33% dos consumidores disseram que ficaram inadimplentes por conta do desemprego. Eram 44% nesta situação no primeiro semestre de 2018. Em terceiro lugar ficou o descontrole financeiro (18%), que permaneceu praticamente estável na comparação com o semestre anterior. Em seguida o empréstimo do nome a terceiros (11%); despesas extras com saúde/educação (10%); atraso no recebimento de salário (2%) e cobrança indevida (2%).

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Aproximadamente 30% dos consumidores tomaram conhecimento da restrição pelo próprio credor. 25% por empresa de cobrança e outros 31% pelos Órgãos de Proteção ao Crédito, como o SCPC. 43% dos consumidores com restrição já procuraram ajuda em bancos. 42% procuraram parentes e familiares. 35% financeiras e 23% amigos ou colegas. Em média, pouco menos de 10% deles conseguiu a ajuda esperada; 27% compraram bens ou contrataram serviços cujo pagamento está atrelado ao boleto bancário, e por conta do não pagamento deste compromisso financeiro ficaram com restrição. Destes, 26% referem-se às contas de telefone exclusivamente. 25% despesas com educação. 24% contas de concessionárias (água, luz, gás) 16% taxas e tarifas diversas (IPTU, IPVA, condomínio, etc) e 9% despesas médicas.

O cartão de crédito foi apontado como o segundo meio de pagamento na lista (24%), seguido por carnê (14%), cartão de loja (12%), empréstimo pessoal (11%), cheque especial (8%) e cheque pré-datado (4%).

Questionados sobre qual conta em atraso pagariam em primeiro lugar, 32% dos consumidores disseram que seriam as compras realizadas com o cartão de crédito. 22% o pagamento de boletos (sendo que 37% referem-se às despesas com educação, 24% concessionárias, 19% taxas e tarifas, 12% despesas com contas de telefones exclusivamente, e 8% às despesas com planos médicos). 15% carnê de financiamento/crediário e 12% empréstimo pessoal/consignado. 9% cartão de loja. 7% cheque especial e 3% cheques.

O estudo também avaliou que 20% dos consumidores entrevistados disseram que conseguirão pagar as dívidas que geraram a restrição num prazo menor do que 30 dias. Já 36% afirmaram que devem pagar o débito entre 30 e 90 dias. 19% entre 90 e 180 dias e 25% acima de 180 dias. Ainda em relação ao total de devedores, 37% dos que pretendem pagar irão quitar o valor total devido. Já os outros 63% farão após a tentativa de renegociação ou obtenção de desconto no valor devido.

21% alegaram não possuir outras dívidas além daquelas que geraram a restrição. Em contrapartida, daqueles que afirmaram possui, 59% disseram que os débitos irão comprometer o orçamento dos próximos 12 meses. Já 56% dos consumidores que estão com restrição não pretendem fazer novas compras/financiamentos, mesmo após quitarem suas atuais dívidas. 18% pretendem comprar (destes, 23% automóvel e 17% casa própria).

Pouco mais de 1.500 consumidores responderam à Pesquisa Perfil do Consumidor realizada de modo online no segundo semestre de 2018 pela Boa Vista. Os resultados consideram 2,3% de margem de erro e 95% de grau de confiança.

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