O Brasil obteve no mês passado o maior saldo comercial para um mês de fevereiro, desde 1989, quando se iniciou a série histórica, segundo divulgou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). O país obteve um superávit de US$ 3,04 bilhões na balança comercial do mês. Somando-se ao resultado de janeiro, o Brasil já acumula, em 2016, um saldo de US$ 3,97 bilhões com seu comércio exterior, o melhor resultado para um primeiro bimestre desde 2007. O recorde no saldo comercial do mês foi resultado do grande avanço nas exportações do país e pela, ainda maior, queda nas importações. Em fevereiro, o país vendeu ao exterior US$ 13,35 bilhões, valor 10,4% maior em comparação com o mesmo mês de 2015. Ao mesmo tempo, o país importou US$ 10,31 bilhões, 31,0% a menos que no segundo mês do ano passado. Devido a essa queda mais acentuada nas importações, a corrente de comércio de fevereiro somou US$ 23,65 bilhões, cifra 12,5% inferior à do mesmo mês do ano passado.
A agropecuária foi indispensável para esse resultado, destaca a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, (CNA). Os quinze principais produtos do setor trouxeram ao país US$ 5,41 bilhões no mês, 40,6% do total exportado pelo Brasil e 53,4% a mais que o valor das vendas externas desses mesmos produtos em fevereiro do ano passado. Além dos campeões de exportações, como o milho (US$ 892 milhões) e a soja em grãos (US$ 715 milhões), é interessante notar o crescimento da cadeia do açúcar e etanol.Setor agropecuário contribui para o maior saldo comercial da história, para o mês de fevereiro
Infraestrutura deficiente reduz potencial de exportação
A má qualidade da infraestrutura e os problemas de transporte e logística estão entre os três principais entraves para que o Brasil amplie as exportações para nações vizinhas, superados apenas pelas barreiras tarifárias e não tarifárias à importação nos países de destino. Elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o estudo Desafios para a Integração Logística na América do Sul revela que os produtos manufaturados do país são exportados em patamar aquém do potencial, levando-se em conta a distância e o tamanho dos mercados. As exportações brasileiras superam o potencial somente para dois (Bolívia e Equador) dos 11 parceiros comerciais sul-americanos, conforme avaliação da CNI. O desvio mais acentuado acontece na relação com a Argentina, para quem exportamos em patamar 7% inferior ao potencial brasileiro, seguido pela Colômbia e Peru, países para os quais o índice está 5% aquém do ideal.
Brasil promove missão para Tunísia e Marrocos
O governo brasileiro vai promover uma missão política e empresarial para a Tunísia, o Marrocos e a Etiópia na próxima semana, entre os dias 8 e 11 de março. A iniciativa é do Ministério das Relações Exteriores, como parte da estratégia do governo brasileiro de aproximação dos países africanos, e a delegação será liderada pelo chanceler Mauro Vieira. A expectativa é que sejam assinados memorandos de promoção de comércio e investimentos com os países visitados. De acordo com informações da assessoria de imprensa do Itamaraty, os países foram escolhidos porque são parceiros importantes do Brasil no continente africano. Os três têm relações políticas e comerciais com o País e o objetivo é consolidá-las e avançar em áreas ainda pouco exploradas. O foco da viagem é político, comercial e de cooperação.
Inscrições para empresários: http://eventos.dpr.gov.br/Sites/EtiopiaMarrocosTunisia/
Exportaçoes de carne de frango crescem 6%
Levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que as exportações totais de carne de frango (incluindo todos os produtos, entre frangos inteiros, cortes, salgados, processados e embutidos) chegaram a 320,3 mil toneladas em fevereiro deste ano, volume 6% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. No saldo cambial do mês, houve retração de 11,5%, com US$ 458,6 milhões realizados em fevereiro. Já no saldo em reais, foi registrado crescimento de 24,9%, com R$ 1,82 bilhão.
“O cenário segue aquecido para os exportadores e agora temos outros fatores influenciando este resultado em relação ao ano passado, como novas plantas para o México e China e o recente início de embarques para a Mongólia. As vendas para os países da Ásia e Oriente Médio, em geral, apresentaram bom desempenho”, analisa Ricardo Santin, vice-presidente de aves da ABPA.
Porto de Santos amplia participação na balança
A participação do Porto de Santos na balança comercial brasileira foi de US$ 6 bilhões, registrando aumento de 5,26% na participação sobre o total brasileiro em relação a janeiro do ano anterior. As operações realizadas pelo complexo santista responderam por 28% dos US$ 21,6 bilhões movimentados pelo comércio exterior do país. Se considerado exclusivamente o comércio exterior realizado através dos portos, a participação de Santos fica em 37% sobre o total brasileiro. As exportações, com participação de 48,33% sobre o geral, alcançaram US$ 2,9 bilhões, equivalente a 26,1% do total brasileiro de US$ 11,2 bilhões. Café em grãos, milho e açúcar de cana, respectivamente, estabelecem o ranking das cargas de maior valor embarcadas no porto santista.
Antonio Pietrobelli















