Setor de aço deve se equilibrar no segundo semestre

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Aço (Foto: Maxim Norland/Sxc.Hu)
Aço (Foto: Maxim Norland/Sxc.Hu)

Dados da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) apontam que no ano passado três quartos (76%) das empresas industriais reduziram ou paralisaram a produção, além de apresentarem uma queda na demanda por seus produtos. Dentre os empresários ouvidos, 45% reclamaram da inadimplência dos clientes.

A produção do aço é um importante indicador do estágio de desenvolvimento econômico de um país. O Brasil se destaca nesse âmbito, ocupando hoje a nona posição na produção mundial do aço bruto e a primeira posição na América Latina, de acordo com levantamento do Instituto Aço Brasil. Além disso, o setor está diretamente correlacionado ao índice de produção industrial nacional, o qual apresentou crescimento de 4,4% no primeiro trimestre de 2021 comparado ao de 2020 segundo o IBGE.

O Instituto Aço Brasil também mostra que grande parte dos indicadores de produtividade e desempenho do setor acumulados de Jan-Mai/2021 apresentou uma elevação expressiva em níveis percentuais. Eles refletem uma recuperação gigantesca da maior queda na demanda de aço que foi registrada entre nos meses de abril e maio de 2020, como resultado da paralisação das atividades no setor em razão das medidas preventivas de lockdown (confinamento).

Já as exportações de sucata ferrosa, insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, voltaram a crescer em junho, atingindo 45.642 toneladas, maior volume mensal neste ano e 38,1% acima em relação a maio, com 33.061 toneladas. Em relação a junho do ano passado, cujo volume foi de 76.741 toneladas, houve queda de 40,5% nas exportações, conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

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A retomada do incremento das exportações neste ano, após um período de retração no primeiro trimestre, se deve principalmente às baixas nos preços pagos pelas usinas no Brasil, segundo o Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa).

De acordo com pesquisa realizada no mercado pela S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarks para os mercados de commodities, os preços da sucata de obsolescência (produtos colocados em desuso, como geladeiras, fogões, máquinas etc.) se mantêm em queda. “As usinas estavam reduzindo preços para alguns fornecedores entre R$ 100 e R$ 300 a tonelada nas últimas semanas”, informou fonte das recicladoras à agência S&P.

Enquanto crescem as exportações, as importações, por sua vez, voltaram a ficar abaixo de 10 mil toneladas em junho, como já havia ocorrido em maio, mostrando uma tendência de desaceleração. Segundo o Inesfa, “as empresas de sucata estão atentas ao mercado interno, destinando mais de 90% do total processado de materiais ferrosos a compradores nacionais, exportando somente o excedente”

A tendência é que as exportações continuem em ritmo crescente, porém, abaixo da média anual de 2019 e 2020, sendo necessário levar em consideração alguns fatores, tais como o câmbio, preços do mercado local e internacional e o aumento da carga tributária na comercialização de materiais recicláveis em nosso país, após a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que colocou fim ao estímulo na coleta e venda de materiais recicláveis, existente há 15 anos.

O consumo de sucata no Brasil vem reagindo desde o final do ano passado, puxado pela forte retomada da indústria da construção civil e maior demanda por aço, podendo superar 9 milhões de toneladas neste ano, 12,5% acima de 2020, estimado em 8 milhões de toneladas, nos cálculos do Inesfa.

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