Setor de alimentação fora do lar não consegue sair da crise

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Mesas vazias: divulgação
Mesas vazias: divulgação

Pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Abrasel (a terceira de uma série iniciada em maio), mostra que apesar da retomada das atividades e da melhora lenta e consistente no faturamento, o setor de alimentação fora do lar (AFL) segue como um dos mais impactados pela pandemia do coronavírus. Segundo o levantamento, o setor tem o quarto pior nível de faturamento de toda a economia (-48%, quando comparado ao período anterior à pandemia), atrás apenas do turismo (-65%), economia criativa (-62%) e academias (-51%). Além disso, essas empresas apresentam um nível de inadimplência elevado (43% têm dívidas em aberto), dez pontos percentuais acima da média de todos os setores da economia (33%).

O levantamento, feito entre 27 de agosto e 12 de setembro, revelou que a perda de faturamento do setor está acima da média do total das empresas do país (-40%). Mas a situação é ainda mais dramática em algumas atividades específicas, nas quais as empresas ainda estão faturando menos da metade do que registravam antes da pandemia: Bares-restaurantes (-51%), ambulantes e food trucks (-52%), bares (-56%), self-services (-59%), cafeterias (-60%) e caterings (-62%).

Parte dessa queda de faturamento pode ser explicada pelo fato de muitas empresas do setor ainda não terem reaberto suas portas desde o início da pandemia. Enquanto que, na média da economia, 81% das empresas já reabriram as portas, entre os negócios de alimentação, esse percentual é de 77% (em média), chegando a 63% entre bares e 64% nos ambulantes e food trucks. Como consequência, o percentual de empresas de AFL que ainda registram perda de faturamento (86%) também é maior que a média (77%).

Crédito

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A dificuldade para acessar crédito por parte das empresas do segmento de alimentação fora do lar é semelhante à verificada pelos negócios dos demais setores. No levantamento feito pelo Sebrae e Abrasel, apenas 20% das empresas que buscaram empréstimos tiveram o pedido aprovado. A diferença, com relação ao conjunto da economia, é que o CPF negativado ou com restrições foi o principal motivo apresentado pelas instituições financeiras para recusarem o empréstimo às empresas de alimentação (24%). Esse dado é 8 pontos percentuais acima do registrado para a média geral das empresas de todos os setores da economia (16%).

O nível de endividamento, a dificuldade de faturamento e de acesso a crédito explicam o motivo do tema “capital de giro” figurar como a maior preocupação dos empresários de alimentação fora do lar (60%). Em seguida, aparece a preocupação com o comportamento do consumidor (31%) e a rentabilidade do negócio (22%).

A estratégia de delivery e as vendas por meio de plataformas digitais têm sido os principais diferenciais de quem conseguiu aumentar o nível de faturamento durante a crise. Entre os 5% de empresas do setor que estão faturando mais do que antes, 66% passaram a fazer mais delivery e 41% intensificaram as vendas online.

Olhando para as medidas que os empresários de alimentação pretendem implementar nos próximos seis meses, a pesquisa identificou que “agregar outros serviços ao negócio” é a principal meta (31%), seguida de “adequar-se aos protocolos” (29%), “investir em marketing” (27%) e “repensar o cardápio” (21%).

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