O volume de serviços caiu 4% na passagem de fevereiro para março deste ano, depois de duas altas consecutivas do indicador. As informações da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) foram divulgadas hoje, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado, o segmento voltou a ficar abaixo do patamar antes da pandemia.
“O setor mostrava um movimento de recuperação desde junho do ano passado e chegou a superar o patamar pré-pandemia. Mas, com a queda em março, encontra-se 2,8% abaixo do volume de fevereiro do ano passado”, disse Rodrigo Lobo, pesquisador do IBGE.
Os serviços tiveram quedas no acumulado do ano (-0,8%) e no acumulado de 12 meses (-8%). Na comparação com março do ano passado, houve crescimento de 4,5%.
Na passagem de fevereiro para março, três das cinco atividades de serviços tiveram queda em seu volume: serviços prestados às famílias (-27%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-1,9%) e profissionais, administrativos e complementares (-1,4%). Dois segmentos tiveram aumento no volume de serviços: informação e comunicação (1,9%) e outros serviços (3,7%).
A receita nominal dos serviços teve quedas de 0,4% na comparação com fevereiro deste ano, de 0,2% no acumulado do ano e de 7,7% no acumulado de 12 meses. Na comparação com março do ano passado, a receita cresceu 6,1%.
Já análise do Santander, através de seu indicador econômico de varejo e de serviços (IGet), desenvolvido pelo Departamento Econômico em parceria com a Getnet, apontou crescimento nas vendas em abril, o que representa um sinal de recuperação da atividade no início do segundo trimestre do ano. Os indicadores de varejo restrito e ampliado fecharam o mês com variação positiva de 8,8% e 7,3%, respectivamente, frente a março. A comparação anual também é de alta em 15,2% (restrito) e 20% (ampliado). Em serviços às famílias, o crescimento mensal foi de 19% e anual de 47,3%.
De acordo com o indicador, as categorias que mais puxaram a alta no varejo restrito foram artigos pessoais (60,4%), móveis e eletrodomésticos (18,6%) e vestuário (16,9%). No ampliado, partes e peças automotivas fechou com alta de 7,1% e material de construção em 4,3%. No IGet, serviços, alojamento e alimentação cresceu 20,3% e demais serviços, que contempla cultura e lazer, por exemplo, fechou em 14,6%.
Para Felipe Sichel, estrategista-chefe do Banco Digital Modalmais, a PMS de março apresentou variação de -3,96% no mês ante nossa expectativa de queda de -4,4%. Na comparação com março de 2020, a PMS ficou em 4,5%, acima da mediana do mercado de 2,3%.
“Por dentro do índice, destaque para a queda em serviços prestados às famílias (-27%), com especial ênfase à queda em alojamento e alimentação, provavelmente refletindo a introdução de medidas de restrição à mobilidade. O mesmo pode ser verificado na queda (-10,2%) no transporte aéreo.
Com a leitura de hoje, o índice cheio volta a ficar marginalmente abaixo da leitura de fevereiro de 2020, sendo que serviços às famílias e serviços profissionais são o destaque em termos de composição negativa, enquanto serviços de informação e comunicação, transportes e outros serviços estão acima daquele nível. Com a finalização das leituras mensais de atividade, antevemos queda de -1,6% no IBC-Br.”
Com informações da Agência Brasil
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