Setor funerário; cadáveres poderão ser transportados por avião

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Se não tivermos ajuda do governo, poderemos ter corpos espalhados no chão em Manaus”, alerta presidente da Associação Brasileira do setor funerário. Entidade elabora plano de contingência com estoque de 10 mil urnas e alerta que pode ser preciso transporte por avião em casos de extrema necessidade

A quantidade de sepultamentos diários em Manaus, uma das capitais mais afetadas pela pandemia do coronavírus, subiu de 30, em média, para mais de 100, desde o início da crise. Até o momento, segundo dados do Ministério da Saúde, o estado do Amazonas já registrou 2.270 casos confirmados, com 193 mortes.

De acordo com a Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), se não haver um plano de contingenciamento imediato pelo governo, o setor funerário local vai entrar em colapso e poderão faltar até urnas para sepultar os mortos. Os cemitérios da cidade já sentem os efeitos da pandemia com os caixões sendo enterrados em uma vala comum.

De acordo com o presidente da Abredif, Lourival Panhozzi, cerca de 60 % dos sepultamentos realizados em Manaus são pelo poder público e há uma deficiência no estoque de urnas de pelo menos mil unidades. “Se o governo não colocar imediatamente a nossa disposição um avião cargueiro para levar urnas para Manaus, poderemos ter, em breve, corpos jogados pelas esquinas. O transporte por caminhão demora dias. Se não fizerem isso, a previsão é de entrarmos em colapso e o Brasil passará por um vexame mundial”, alerta.

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Ainda segundo Panhozzi, além de Manaus, o caso mais preocupante, também integram a chamada zona quente da pandemia e já estão em sinal de alerta, os municípios de Fortaleza e Belém. Já São Paulo e Rio de Janeiro, que, também integram as regiões mais afetadas pelo Covid-19, ainda têm estrutura suficiente para a realização de sepultamentos em meio à pandemia. “Montamos, em parceria com a Associação dos Fabricantes de Urnas do Brasil (AFUB), um plano de contingência e nele temos um estoque estratégico de 10 mil urnas para casos extremos. Aumentamos a nossa produção em 25%, comparando os primeiros meses deste ano com o mesmo período no ano passado”, afirma.

 

Falta de ajuda

 

Em carta aberta enviada, nesta semana, ao presidente da República, Jair Bolsonaro e aos governadores dos estados brasileiros, o presidente da Abredif, Lourival Panhozzi, afirma que “com raríssimas exceções, o setor funerário tem sido ouvido ou participado dos comitês governamentais constituídos em razão do covid-19”.

O segmento cobra maior transparência no número de possíveis mortes em virtude da doença para se planejar dentro de uma margem oficial estabelecida pelo governo.

Também em comunicado oficial, a Abredif recomendou descontos de até 40% nos sepultamentos em virtude do Covid-19, de acordo com a tabela de cada funerária e os serviços que estão previstos em contrato. “Não podemos cobrar por serviços não realizados. Se não tiver velório, por exemplo, a empresa não pode cobrar uma vez que não executou a atividade previamente prevista em contrato”, conclui.

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