Setor funerário pede prioridade na vacinação

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Cemitério (Foto: Rovena Rosa/ABr)
Cemitério (Foto: Rovena Rosa/ABr)

O Sindicato de Cemitérios e Crematórios (Sincep) anunciou estar liderando uma iniciativa para garantir que todos os trabalhadores desse setor entrem na lista de prioridade da vacinação contra a Covid-19, como já aconteceu em países como EUA e Reino Unido. O ofício foi protocolado na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e está seguindo o mesmo trâmite nos órgãos competentes de outros estados do país.

Coveiros, atendentes, motoristas, auxiliares funerários e demais trabalhadores do setor foram consideradas profissões essenciais ao controle de doenças pela Lei 14.023, de 8 de julho de 2020. O setor engloba por volta de 14 mil empresas (cemitérios, crematórios, funerárias e planos funerais) e emprega mais de 40 mil pessoas no Brasil.

“Por serem o último elo da cadeia sanitária, os profissionais do setor estão muito expostos ao vírus, mesmo com todos os protocolos de prevenção adotados. Parte do trabalho é retirar os corpos em hospitais e residências ou estar em contato com as famílias das vítimas da Covid, que muitas vezes podem estar contaminadas também”, explica Gisela Adissi, presidente do Sincep. “Nos EUA, os profissionais do setor já haviam sido priorizados na ocasião da vacinação contra o H1N1 e agora serão colocados no começo da fila de novo. Queremos que o Brasil siga nessa mesma direção e também garanta a proteção adequada a esses trabalhadores”.

Na última quinta-feira, o Conselho Federal de Medicina divulgou nota, aprovada em Plenário, em que se posiciona a favor da vacinação contra a Covid-19, após a avaliação da segurança e eficácia dos imunizantes pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No texto, a autarquia pede às autoridades a adoção de uma “ampla campanha de vacinação”, que permitirá ao país “lograr êxito em sua cruzada” contra a pandemia causada pelo novo coronavírus.

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Segundo o CFM, os resultados divulgados apontam taxas de eficácia que tornam possível a redução do número de casos de Covid-19 de maneira geral e, em particular, em relação às formas graves da doença. “A imunização de grande parcela da população é fundamental para que haja redução significativa da circulação do vírus e, consequentemente, da transmissão. Assim, espera-se controlar o avanço da pandemia e permitir a retomada plena das atividades econômicas e das relações em sociedade, tão logo grande parte da população esteja vacinada” cita o texto.

Entre as medidas apontadas, estão a necessidade de respeito às decisões tomadas pela Anvisa sobre a aprovação (emergencial ou definitiva) das vacinas e de transparência nos processos decisórios, bem como de monitoramento e fiscalização no período pós-vacinação. O texto também defende a valorização do Programa Nacional de Imunização (PNI). É a segunda vez nos últimos dias em que o CFM se posiciona sobre a vacinação contra a Covid-19. Na semana anterior, o conselho já havia publicado um extenso e minucioso relatório em que analisa as vacinas com os estudos mais avançados, aponta prós e contras de cada imunizante e sugere medidas para que possam dar mais efetividade no processo de vacinação. No texto, o CFM explica as diferenças entre as vacinas de 1ª geração (vírus inativado), 2ª (parte do vírus) e 3ª (sequência genética), mostra as diferenças entre elas e aponta os caminhos que devem ser seguidos no Brasil e no mundo para que a vacinação possa atingir a maioria da população de forma segura.

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