As indústrias têxtil e de polímeros foram dois setores que sentiram o impacto das consequências da pandemia. No setor de fabricação de roupas, além de redução no faturamento, houve escassez e alta dos preços de matéria-prima.
O setor, que parou logo no início da pandemia, voltou a sentir uma forte demanda em meados de julho, o que levou os empresários a buscar matéria-prima em um momento de preços altos.
Estudo da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) mostra que, no acumulado do primeiro quadrimestre de 2021, em relação a igual período de 2020, a produção têxtil cresceu 30,9% e a de confecção, 27,6%. Nos últimos 12 meses, registrou-se avanço de 7,2% no primeiro segmento e queda de 10,8%, no segundo.
Fernando Valente Pimentel, presidente da associação, observa que esses números, assim como os dados do PIB nacional no primeiro trimestre, que surpreenderam positivamente, mostram haver espaço para retomada econômica este ano.
Pimentel observa que, já considerando o mês de abril, a produção do segmento têxtil apresenta desempenho muito próximo do patamar de 2019. A confecção, porém, ainda está bem abaixo do desempenho que apresentou no período pré-pandêmico.
O presidente da Abit pondera que, apesar dos números positivos do PIB trimestral, a retomada efetiva do crescimento dependerá da continuidade e avanço das reformas estruturantes, principalmente a tributária e a administrativa.
“É preciso considerar, ainda, que quanto mais formos nos aproximando das eleições de 2022, será maior o impacto do quadro político no humor da economia, na confiança dos empreendedores e dos consumidores e nas decisões de investimentos”, frisa o presidente da Abit.
Para Pimentel, um país como o Brasil, com imenso potencial, não pode almejar nada menos do que crescimento de 4% por ano. “Para isso, exige-se taxa de investimento superior a 20% do PIB, mas ainda estamos bem aquém disso”.
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