Shana Riza está fora da linha da extrema pobreza

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– Diferentemente de Shana Riza, cerca de 985 milhões de pessoas viviam com menos de US$ 1 por dia, situação caracterizada como de extrema pobreza. É o que aponta o relatório do Banco Mundial, denominado “Indicadores de Desenvolvimento Mundial 2007”, divulgado no último domingo. Apesar de alto, o número é 21% menor do que o que foi verificado em 1990, correspondente a menos 265 milhões de pessoas extremamente pobres.

– Diferentemente de Shana Riza, a quantidade de pessoas pobres, aquelas que vivem com até US$ 2 por dia, atingiu o número de 2,6 bilhões. O relatório refere-se também aos 10 milhões de crianças, até cinco anos de idade, que morrem anualmente por causas que poderiam ser prevenidas. Praticamente, uma a cada três segundos.

– Diferentemente de Shana Riza, entre as regiões em desenvolvimento, na América Latina 8,6% da população ganham até US$ 1 por dia. No Leste da Ásia, são 9% e na África Subsaariana são 41%.

– O relatório aponta algumas causas para a melhoria relativa da situação do mundo, em relação à pobreza. Uma delas refere-se ao crescimento observado na economia, desde o ano 2000, equivalente a um incremento no produto interno bruto por pessoa (PIB per capita), de 3,9%.

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– Já Shana Riza, a namorada de Paul Wolfowitz, presidente do Banco Mundial, era funcionária da instituição, quando ele se tornou presidente. O Conselho de Ética do banco impediu-o de tê-la sob sua chefia.

– Transferida para o Departamento do Estado dos EUA, ela permaneceu na folha de pagamentos do Banco Mundial e ainda recebeu um bônus de US$ 60 mil. Com isso, a sua remuneração anual chegou a US$ 193.590. Ou seja, com a média de US$ 537,75 por dia, está fora, bem longe, da linha da extrema pobreza.

Prêmio
Em 1999, o austríaco Wolfgang Neumann criou uma premiação, conhecida como Energy Globe Awards, com o objetivo de difundir informações sobre projetos sustentáveis. Em 2007, os cinco projetos premiados, em resposta aos danos do aquecimento global são originários dos EUA, Vietnã, Quênia, Índia/Dinamarca e África do Sul. Foram distinguidos entre mais de 700 projetos, realizados em 96 países.
Os prêmios, concedidos nas categorias Terra, Água, Ar, Fogo e Juventude, foram entregues em cerimônia realizada na quarta-feira passada, no Parlamento Europeu, em que estiveram presentes Waris Dirie, embaixadora da Boa Vontade da ONU e Maneka Gandhi, ex-ministra do Meio Ambiente da Índia.
Na categoria Terra, foi vencedora uma iniciativa queniana que utiliza a energia solar para secar alimentos, contribuindo com isso para reduzir as perdas na produção de verduras e frutas do país, em conseqüência da falta de mecanismos para sua adequada conservação, estimada em 35% do total produzido.
Na categoria Água, o prêmio foi entregue a uma iniciativa norte-americana de tratamento eficiente para recursos hídricos. O método utiliza-se de um filtro especial de plástico reciclado para tornar potável a água residual.
Na categoria Ar, a iniciativa distinguida é do Vietnã, da criação de pequenas centrais de biogás que ajudarão a reduzir as emissões de carbono.
Na categoria Fogo, o projeto premiado foi o da construção de 16 mil casas com painéis solares na Índia, com o apoio da Dinamarca, e que levará quatro anos para ser concluído.
Por último, o projeto vencedor na categoria Juventude foi de um tipo original de casa, na África do Sul. Seu interior conserva a temperatura estável de 20ºC, independentemente da temperatura externa, através de um sistema de condicionamento de ar, por energia solar.

Papa-Pilhas
Desde o mês passado, o Banco Real realiza um projeto de coleta de baterias e pilhas usadas, com vistas à reciclagem, chamado de Papa-Pilhas. Inicialmente, há postos de coleta em 31 agências, localizadas nos municípios de Campinas (SP), Porto Alegre (RS) e João Pessoa (PB). Até o final do ano, a intenção é de instalar o serviço em todo o país.
A iniciativa inclui as etapas de encaminhamento das pilhas e baterias recolhidas para a Suzaquim, empresa licenciada para a realização de reciclagem, ações educativas junto a escolas das cidades atendidas, promoção de conscientização da população para a necessidade do descarte adequado e sobre os danos que esses materiais podem causar ao ambiente.

Paulo-Márcio de Mello
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
[email protected]

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