Sinaval propõe elevar conteúdo local a no mínimo 40%

495
Construção naval em estaleiro, indústria naval
Construção naval em estaleiro (foto de Stérfeson Faria, Petrobras)

A produção de conteúdo local (contratação de fornecedores) pelo setor naval brasileiro é de apenas 25%. “Com isso, a construção de plataformas pela Petrobras foi reduzida a poucos módulos e os estaleiros começaram a enfrentar dificuldades. Consequentemente, tivemos uma redução expressiva das vagas de emprego”, afirmou o vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Naval (Sinaval), Sérgio Bacci.

Durante audiência pública da Comissão da Indústria Naval da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o Sinaval apresentou sugestões para fomentar esta indústria: elaboração de uma política de Estado para o setor; retomada do conteúdo local com índice maior do que 25% – com uma proposta intermediária de 40% –; além de índices de juros e prazos melhores.

A presidente da Comissão, deputada Célia Jordão (Patriota), ressaltou que “as obras da Petrobras, em sua grande maioria, têm sido encaminhadas a estaleiros coreanos e chineses, e para nós fica uma parcela muito pequena da construção. Isso gerou um número grande de desempregados”.

Outra sugestão do Sinaval é que o Governo Federal destine 10% fundo da Marinha Mercante para a construção de barcos de patrulha. A construção de fragatas para o Ministério da Marinha é uma saída para uma retomada das atividades dos estaleiros do Rio de Janeiro. Bacci ressaltou que a Marinha tem frota antiga e enfrenta necessidade urgente de reposição, e que esta seria uma oportunidade para gerar emprego e renda no Rio.

Espaço Publicitáriocnseg

De acordo com representantes da empresa pública que faz a gestão de projetos navais, a Marinha precisa de 12 fragatas. Dessas, quatro já estão sendo construídas em Santa Catarina, com até 40% de contratação de conteúdo local naquele estado. O relatório do Sinaval aponta que as demais obras podem ser trazidas para o Rio de Janeiro, com potencial contratação de profissionais no estado.

O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis, Manoel Sales, destacou a necessidade de requalificação dos trabalhadores. “Temos mais de 10 mil trabalhadores desempregados em Angra, que eram do setor naval. Eles precisam de atualização para voltar ao mercado de trabalho”, afirmou.

A deputada Célia Jordão enfatizou a urgência dessa iniciativa para uma resposta rápida a futuras encomendas que possam se surgir. “Ouvimos muito sobre não ter profissionais qualificados; que a mão de obra é cara. E a culpa cai em cima do trabalhador, que é mais vulnerável. É necessário ter essa compreensão que se deve ter uma política de estado”, disse.

Foi ainda debatido o desmonte de navios como alternativa mais rápida para a movimentação da economia no segmento naval. “Sobre essa questão, precisamos saber se as empresas terceirizadas contratadas pela Petrobras para realizar o serviço vão fazer esse trabalho aqui no Brasil. É necessário estar nos editais dos leilões que esse serviço terá de ser feito no Brasil”, pontuou Sérgio Bacci.

Leia também:

Home office: mulheres estão mais sobrecarregadas que homens

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui