Sindicatos patronais e de trabalhadores criticaram, na noite de ontem, a elevação da taxa básica de juros (Selic) para 13,25% ao ano. A Central Única dos Trabalhadores condenou “veementemente” a nova alta anunciada pelo Banco Central, que deixou a categoria “frustrada”.
“Não há outra palavra para caracterizar mais este absurdo do que frustração, pois esperávamos que, sob o comando de Gabriel Galípolo, houvesse uma reversão neste processo”, afirma a CUT, em nota.
“Rentistas, agiotas e seus asseclas no Parlamento e nos meios de comunicação pressionam por aumentos sucessivos da taxa Selic. E o fazem em interesse próprio. Falam da inflação dos preços de bens e serviços, mas nenhuma palavra é dita sobre a inflação da dívida bruta do Brasil, que deverá aumentar em torno de R$ 50 bilhões”, acrescentou a entidade.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou a elevação dos juros injustificada e equivocada. “É mais um movimento injustificado da política monetária brasileira e que ocorre em consequência da longa cultura de juros reais elevadíssimos que persiste no Brasil”.
“Com a decisão, o Banco Central mostra que continua persistindo em uma única ferramenta de política monetária – a elevação dos juros -, no enfrentamento de expectativas de inflação. Não considera, no entanto, os efeitos impactantes dos juros e a taxa de câmbio na própria inflação. O comprometimento com o equilíbrio fiscal e com a racionalidade dos gastos públicos precisa ser exercido e cobrado por todos”, destaca a entidade.
Para a CNI, a decisão do Banco Central não leva em conta a desaceleração da atividade econômica, observada já no desempenho do Produto Interno Bruto do terceiro trimestre de 2024. “Fica evidente que o aumento da Selic foi uma decisão excessiva e na direção errada, representando somente mais custos financeiros para as empresas e os consumidores, e perda adicional e desnecessária de empregos e renda”, afirmou em nota.
A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) disse que a nova alta compromete o desenvolvimento sustentável de setores estratégicos e restringe investimentos.
“A Firjan considera que o novo aumento da taxa básica de juros, de 12,25% para 13,25% ao ano, vai intensificar o processo de desaceleração da indústria nacional. Recentemente, a produção industrial teve duas quedas consecutivas e está 15% abaixo do nível máximo da série histórica”, afirma a entidade.
“A alta dos juros não apenas compromete o desenvolvimento sustentável de setores estratégicos, mas também restringe os investimentos necessários para impulsionar a produtividade”.
Já segundo José Faria Júnior, planejador financeiro CFP pela Planejar, “há uma forte perspectiva de um novo aumento de um ponto percentual na próxima reunião, em março. Dois pontos merecem destaque. O primeiro não está diretamente ligado à decisão do Copom, mas ao anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre um acordo com os bancos para triplicar o volume de crédito consignado, passando de R$ 40 bilhões para R$ 120 bilhões. Essa medida vai na contramão do aperto monetário, já que injeta mais dinheiro na economia, dificultando o controle da inflação. Em outras palavras, enquanto o Copom busca esfriar a economia com juros mais altos, o governo age no sentido oposto, aquecendo ainda mais a demanda.”
“O segundo ponto é o próprio comunicado do Copom, que veio duro, como esperado. O Banco Central destacou as incertezas do cenário externo, incluindo fatores como o impacto da política norte-americana. Além disso, a autoridade monetária reforçou preocupações com a desancoragem das expectativas inflacionárias.”
Com informações da Agência Brasil
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