Situação financeira da Prefeitura

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Os números não mentem. Os dados que apresentamos aqui são absolutamente reais e disponíveis a qualquer cidadão.
Administrar uma cidade do porte do Rio de Janeiro requer uma enorme capacidade gerencial. Não pode o dirigente máximo pensar apenas em fazer projetos – que, diga-se de passagem, quase sempre, não acontecem. Comete um erro irreparável o prefeito que deixar de lado a administração e as finanças. Viverá o final de seu governo com uma situação de aperto.
Este conceito preambular tem como finalidade, procurar entender a real situação financeira da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, hoje. Vamos aos números:
1 de janeiro de 1997, o atual prefeito recebe a cidade com a folha de salários do mês já paga e em caixa, aproximadamente, R$ 250 milhões. As obras em andamento devidamente previstas, fornecedores em dia. Situação perfeitamente equilibrada.
Ao longo do seu governo, a situação financeira sofre duro golpe, mercê do pouco caso do dirigente máximo. Quem, por dever de ofício, acompanha os dados disponibilizados pela Prefeitura, não tema menor dificuldade em apontar tal deteriorização. No mês de agosto deste ano, estes dados oficiais apontaram o déficit operacional de cerca de R$ 50 milhões. No final de outubro, cerca de R$ 30 milhões. Com isto, as disponibilidades financeiras caíram para menos de R$ 220 milhões, hoje. Como em outubro venceu a última parcela de recebimento do IPTU, o déficit deste mês de novembro e dezembro, consequentemente, aumentará. Ora, é sabido que em dezembro a Prefeitura, também, deverá efetuar o pagamento da segunda parcela devida ao servidor público do décimo terceiro salário. Logo, podemos afirmar que o seu déficit continuará a crescer. Como, a Prefeitura precisa ter sempre R$ 50 milhões em caixa para realizar os seus movimentos financeiros (float), as suas disponibilidades efetivas, para início de novembro, ficaram de fato em cerca de R$ 100 milhões. É de fácil visualização que o déficit de novembro e dezembro deverá chegar, a valores aproximados, a R$ 200 milhões, faltando, portanto, R$ 100 milhões para o fechamento financeiro do ano.
Provavelmente, a partir deste mês de novembro, os pagamentos de fornecedores e empreiteiros deverão sofrer violenta retração. Quase parar.
Ainda da leitura dos dados disponíveis, verificamos que de janeiro a final de agosto deste ano, a Prefeitura investiu e gastou com pavimentação e drenagem do DGVU apenas R$ 65 milhões. Ou seja, investiu, por ano, em obras, menos de R$ 100 milhões e assim mesmo graças ao favela-bairro, que o ex-prefeito Cesar Maia, deixou assinado.
Até o final deste ano, pouquíssimos recursos próprios restam para obras, já que os investimentos continuam bloqueados em R$ 20 milhões mensais, incluindo aí os contratos da DGVU, ou seja, uns R$ 15 milhões por mês, realisticamente. Assim mesmo, se os empreiteiros não pararem estas obras por atraso de pagamento.
Prova-se, pois, que não basta apenas fazer projetos. É preciso ter um gerente e um naipe de excelentes técnicos para executar estes projetos, alguns até bem elaborados, porém inviáveis de realização por absoluta incapacidade técnica e financeira da Prefeitura.

Ruy Cezar
Vereador da Cidade do Rio de Janeiro (PTB).

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