Sobe para 179 total de mortos no Rio Grande do Sul

Vítimas das chuvas, 34 pessoas seguem desaparecidas; projeto do governo de remunerar adoção de animais abandonados nas enchentes é criticado

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Enchente (Foto: arquivo)
Enchente (Foto: arquivo)

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou mais uma morte provocada pelas enchentes no estado. Com isso, o número de óbitos causados pelas chuvas chegou a 179. Há ainda 34 pessoas que seguem desaparecidas. De acordo com o último boletim, os temporais afetaram 478 municípios gaúchos e 2,3 milhões de pessoas.

Em nota, a Defesa Civil informou que, para aumentar o nível de prevenção, as pessoas podem se cadastrar para receber alertas meteorológicos.

Para isso, é necessário enviar o CEP da localidade por SMS para o número 40199. Em seguida, uma confirmação é enviada e o número passa a receber informações sempre que elas forem divulgadas.

Também é possível se cadastrar via aplicativo WhatsApp. É necessário se registrar pelo telefone (61) 2034-4611. Em seguida, é preciso interagir com o robô de atendimento enviando um simples “Oi”. A partir daí, o usuário pode compartilhar sua localização atual ou qualquer outra de seu interesse para receber mensagens encaminhadas pela Defesa Civil estadual.

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O Rio Grande do Sul sofreu com as intensas chuvas, além de pessoas mortas e desabrigadas, outra consequência da tragédia se deu em cima dos animais que também padeceram com o ocorrido. No entanto, com o intuito de tentar ajudar os animais que estão em abrigo, o governador Eduardo Leite (PSDB) apresentou Projeto de Lei que prevê R$ 7 milhões em “pagamentos” para quem adotar os 15.259 animais de estimação abrigados em 353 locais em todo o estado, com maior concentração em Canoas (5.335 animais) e Porto Alegre (4.223). Na prática, quem adotar um animal, receberá R$ 450 de ajuda de custo.

“Trata-se de uma iniciativa extremamente perigosa, pois se em uma situação normal já é complicado, em um cenário de calamidade pública se torna ainda pior, já que muitas pessoas, estando extremamente carentes, são capazes de adotar o animal apenas para obter o benefício, os abandonado em seguida”, alerta Yuri Fernandes Lima, sócio do Bruno Boris Advogados e especialista em bem-estar animal.

De acordo com o especialista, a medida foi mal recebida por sociedades protetoras dos animais. Prova disso é que o Grupo de Resposta a Animais em Situações de Desastre (Grad) apresentou ofício no qual diz entender que o PL tem a intenção de buscar lares para os milhares de animais que se encontram nos abrigos atualmente, porém “o incentivo à adoção através de compensação pecuniária é algo preocupante, que irá gerar uma série de problemas em um futuro próximo, não irá atender ao interesse dos animais e tampouco promover a guarda responsável”. O documento sugere a realização de uma audiência pública em caráter de urgência com a participação da sociedade civil para que se possa alinhar uma solução que atenda aos interesses da sociedade e dos animais, promovendo de fato uma transformação no atual cenário.

Conforme a apresentação do governo, “o incentivo para adoção será pago para aquelas pessoas que desejarem adotar um animal de estimação afetado pelas enchentes, mas que não têm condições de arcar com os custos”. O Estado pagará R$ 450 por animal adotado e cada pessoa poderá adotar até dois animais. O valor previsto “considera gastos básicos de cuidados com animais de estimação durante seis meses”.

O valor será pago em duas parcelas, uma logo após ser realizada a adoção do animal e outra após três meses, quando será realizado um acompanhamento para garantir o bem-estar do animal adotado. Além disso, todos os animais postos para adoção já estarão castrados e microchipados, por meio de uma parceria com hospitais universitários veterinários, Ministério Público do Rio Grande do Sul e o Grad.

Com informações da Agência Brasil

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