Sobe para 53% número dos que levam marmita para o trabalho

Preços dos alimentos na Região Metropolitana de São Paulo voltam a subir após quatro meses em queda

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Marmita (Foto: Museu Municipal Atilio Rocco/Prefeitura de São José dos Pinhais-SP)
Marmita (Foto: Museu Municipal Atilio Rocco/Prefeitura de São José dos Pinhais-SP)

Por meio de um evento dedicado à inovação, a Galunion Consultoria revelou dados de duas pesquisas realizadas nos últimos meses. Uma das pesquisas divulgadas é a nova edição intitulada “Alimentação hoje: A visão dos consumidores de Foodservice”. O levantamento contou com 1.048 entrevistados, entre homens e mulheres acima de 18 anos, das classes A, B e C. Destes, 51% estão trabalhando para uma empresa ou de modo remoto e/ou presencialmente, 26% estão trabalhando de forma autônoma, 13% estão trabalhando tanto para empresa quanto de forma autônoma para complementar a renda e 10% não estão trabalhando. Se compararmos os dados da última edição, realizada em junho de 2023, 36% das pessoas estavam trabalhando de forma híbrida e nesta nova análise de novembro de 2023, o número subiu para 44%.

“Reiterando o que já revelamos em outras pesquisas, os brasileiros continuam optando pela marmita. Em junho, 43% levavam marmita na maioria das vezes para o local de trabalho. Agora, esse número saltou para 53%. Ainda com base no levantamento feito anteriormente, em junho, quisemos entender os principais motivos que levam a esse comportamento. A questão de economia ainda é preponderante para 65%, seguido de comer saudável para 51% e economizar tempo para 34%. Isso evidencia que há novas possibilidades para quem busca atingir esse perfil de público com a marmitas prontas, entregando qualidade e sabor, aliados a um bom custo-benefício”, explica Simone Galante, fundadora e CEO da Galunion.

Já com foco no consumo presencial, o estudo traz os principais motivos apontados pelos consumidores com base na experiência de comer fora. Para 56% dos entrevistados, a experiência de sair para comer com serviço amigável e de qualidade é o principal motivador, para 43% é o encontro com amigos e familiares, para 40% é a necessidade de almoço ou jantar por conveniência, 33% por buscarem pratos ou menus novos e inovadores que não podem ser reproduzidos em casa, e 25% por preferirem ambientes com conceitos novos e interessantes.

A pesquisa também mostra quais são os critérios de escolha de restaurantes para consumo presencial. Em primeiro lugar, volta a figurar o quesito de higiene e limpeza, com 59%, seguido por ter uma comida gostosa com 55% e ter preço justo com 54%. Já entre os diferenciais na escolha de um restaurante para efetuar as refeições de forma presencial, 46% preferem espaços abertos e ao ar livre, 40% buscam ter entretenimento, 39% querem ambientes com uma decoração diferenciada, temática ou instagramável, enquanto 34% optam por locais que tenham uma cozinha aberta e visível.

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Outro dado relevante mostra que 68% dos entrevistados compram de marcas que só encontram nas plataformas de delivery, também conhecidas como dark kitchens. Isso mostra uma mudança no comportamento do consumidor, principalmente no cenário pós-pandemia, graças às vantagens e aos benefícios de utilizar o delivery para diferentes períodos do dia, em qualquer lugar, para diversos tipos de culinárias, inclusive padarias, que exploravam pouco essa modalidade anteriormente.

Já dados da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) mostram que, enquanto a alta mensal dos alimentos no setor de Serviços foi de 0,58%, o aumento chegou a 1,22% no varejo, o maior desde abril de 2022. Para se ter uma ideia, 52 dos 80 itens analisados (65%) tiveram aumento de preços em outubro. Destacam-se a alface (6,4%), o contrafilé (4,2%), o leite longa vida (1,9%) e o pão francês (1,7%).

Embora todas as faixas de renda tenham sentido a elevação nos preços, a classe D foi a mais impactada (0,48%), com uma variação mensal para alimentos e bebidas de 1,04%, enquanto a classe B registrou variação de 0,90% para o mesmo grupo.

O reajuste no preço do óleo diesel, principal combustível utilizado para o transporte dos produtos, foi um dos responsáveis pelo grande impacto sobre os preços dos alimentos. Além disso, o fenômeno El Niño, com fortes chuvas e calor intenso, comprometem o desenvolvimento e a colheita, aumentando significativamente os custos para irrigação de produtos agrícolas e manutenção de pastagens na agropecuária.

Outro item que afetou o desempenho do índice de custo de vida dos paulistanos foi o de transportes, que registrou variação de 0,53% em outubro. Em 12 meses, o grupo já acumula alta de 5,14%. Vale destacar que o setor só não sofreu uma variação ainda maior em razão da deflação registrada nos preços da gasolina e etanol, que caíram -0,9% e -0,5%, respectivamente.

Nos serviços, as passagens aéreas subiram 22,6%, e os pedágios, 2%, fato que pode ser explicado pelo aumento na procura por viagens neste fim de ano. Além disso, o setor lida com o encarecimento operacional, diante do aumento nos preços do querosene de aviação e do óleo diesel. Por outro lado, outros grupos apresentaram reduções, como o de habitação (0,45%), despesas pessoais (0,45%) e vestuário (0,35%). Em habitação, o resultado se deve, principalmente, à queda de 2,4% nos custos da energia elétrica residencial. A redução das despesas pessoais foram mais sentidas no varejo, em itens como alimentos para animais (3,2%) e brinquedos (1,7%), e no setor de serviços, como cinemas (-2,3%) e hotéis (-1,1%).

De acordo com a Federação, é importante permanecer atento à alta que os custos operacionais vêm exercendo sobre a economia, especialmente no setor de alimentos. Ainda assim, o desempenho positivo nos últimos 12 meses, com queda acumulada de 3,96% no custo de vida dos lares da Região Metropolitana de São Paulo, reafirma a tendência de queda nos preços, apresentando um panorama inflacionário mais moderado em comparação ao observado há um ano, o que contribui para a recomposição do poder de compra e a ampliação dos gastos em comércio e serviços.

Na análise por setores, o Índice de Preços do Varejo (IPV) aponta estabilidade, com variação de 0,15%. O setor registra uma alta acumulada de 1,34% em 2023. Em 2022, o indicador acumulava 5,84%, entre janeiro e outubro. Dentre os oito grupos que compõem o indicador, quatro encerraram outubro com quedas nas variações médias: despesas pessoais (-0,91%), habitação (-0,62%), vestuário (-0,35%) e transportes (-0,28%).

O grupo que mais contribuiu para a alta do resultado foi o de alimentação e bebidas (1,22%). Já saúde e cuidados pessoais foi o responsável pela segunda maior elevação, variando 0,17%.

O Índice de Preços de Serviços (IPS) avançou 0,38%, registrando uma alta acumulada de 4,76% em 2023. No mesmo período de 2022, o indicador acumulava 4,70%. Dentre os oito grupos que compõem o indicador, apenas dois encerram o mês de outubro com quedas nas variações médias: habitação (-0,39%) e despesas pessoais (-0,22%).

Por outro lado, os transportes foram o que mais contribuíram para o avanço do índice, com um aumento de 1,95%. O grupo de alimentação e bebidas foi responsável pela segunda maior alta, variando 0,58%.

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