Sobre a esperança

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Sinto-me acabrunhado, acuado e com medo aterrorizante por causa de dois vírus, um conhecido por todos e outro difícil de ser identificado, mas igualmente letal. Trata-se do vírus da intolerância, da brutalidade e da incivilidade.

Oito refinarias da Petrobras serão privatizadas, sem discussão, com a rispidez da comunicação da atual estatal, sem licitação e com a autorização complacente do STF, restando somente a nós o apelo para a dificílima interferência da providência divina. Estamos na fase mais brutal do capitalismo a serviço de outra nação, o imperialismo. As perdas do povo brasileiro são enormes.

Não há, no Brasil de hoje, o equilíbrio entre os poderes. O sistema de freios e contrapesos foi abandonado. Todos os três poderes são servos do imperialismo. Se a mídia for considerada o quarto poder, ela também é fiel ao império.

Temos pessoas bem intencionadas, que acreditam em referendo revogatório, vitória dos nacionalistas nas próximas eleições, trazendo um total revisionismo e outros sonhos desejosos.

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Pergunto: quem irá fazer a conscientização dos despolitizados? A mídia aberta não fará. Quem irá pegar em armas para forçar decisões que beneficiem a sociedade? As Forças Armadas não irão, e não é recomendável que o povo as pegue. Quem irá politicamente tentar libertar nosso povo desta submissão prejudicial? O Congresso e o Executivo não irão. Como a sociedade poderá se sublevar da dominação existente? Não vejo como.

A grande esperança é porque o liberalismo econômico não resolveu e nunca irá resolver o problema social. Pelo contrário, irá sempre agravá-lo. Também o modelo imperialista traz perdas visíveis para todos os brasileiros.

Nesta hora, vem à lembrança o provérbio: “Não há bem que sempre dure e um mal que nunca se acabe”. Mais um pensamento desejoso que nos enche de esperança, aquela maldade que não saiu da Caixa de Pandora só para parecer para a humanidade que se trata de uma bondade.

Segundo Dante, no portal de entrada do Inferno, há um alerta para que toda esperança seja ali abandonada. Daí, os seres humanos criam esperanças, mesmo que falsas, para não viverem no Inferno.

Nego-me a listar as desgraças iminentes, que hoje não são poucas, assim como as respectivas esperanças, até porque não costumo aderir a uma luta só se a possibilidade de vencer for grande. Sugiro lutarem pela humanidade.

Paulo Metri

Conselheiro do Clube de Engenharia.

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