“É possível movimentar comercialmente uma empresa e ao mesmo tempo adotar práticas colaborativas de produção? A experiência do Software Público e-cidade demonstra que sim.“
Há 13 anos, a empresa DBSeller Sistemas Integrados, disponibilizou o e-Cidade como Software Público, no Portal do Software Público Brasileiro. Assim, o e-Cidade tornou-se um tipo específico de software livre, que atende às necessidades de modernização da administração pública de qualquer um dos Estados, dos Municípios, Legislativo e Tribunais de Contas e é disponibilizado e compartilhado sem qualquer custo.
Mas será que existem vantagens para a empresa que opta pelo modelo do Software Público? Os números não escondem que a produção colaborativa, a ação em comunidade, o aumento de prestadores de serviços e de clientes, gerou um modelo denominado ganha-ganha para o sistema e-Cidade e para os envolvidos nesse ecossistema digital.
Enquanto o mercado brasileiro enfrentava uma sequência de crises em 2015, 2018, e agora com a pandemia 2020-2022, o mercado do software e-cidade cresceu positivamente nos últimos 13 anos. Neste período, as empresas que passaram a prestar serviços nesse mercado aumentaram seus clientes, sua estrutura, sua equipe e o seu faturamento. Esses resultados invisíveis são amparados na produção colaborativa em comunidade.
Muito se fala em ecossistema digital, nova economia e modelos de negócio inovadores, mas são poucas experiências que conseguem ser sustentáveis ao longo do tempo. Atualmente, existem mais de dez empresas prestando serviços para diferentes clientes em todo Brasil. Se por um lado existe um clima de competição por conta da participação nos mesmos nichos, por outro lado as empresas atuam em conjunto com a comunidade para garantir que o sistema seja modernizado e atenda novas demandas dos clientes.
Os números são surpreendentes. Em 2009 o e-Cidade era utilizado em 12 cidades, havia um prestador de serviço – A DBSeller, e em torno de 20 profissionais atuando com a solução. Em 2022, são mais de 100 cidades em todo o Brasil, cerca de 11 empresas e mais de 200 profissionais atuando diretamente com o software. O que mais chama atenção é o porte das cidades que usam o e-Cidade, que cresceu junto com o sistema. São várias cidades de porte médio: Volta Redonda-RJ, Campina Grande-PB e Niterói-RJ e duas capitais: Porto Velho-RO e Natal-RN.
O atual desafio é o trabalho de criar uma nova versão para o e-Cidade, modernizando a sua dinâmica de desenvolvimento, promovendo reformulações e proporcionando um modelo de funcionamento que amplie ainda mais a participação social e colaborativa com governos, empresas e indivíduos. A boa notícia é que a gestão municipal e as empresas que ainda enfrentam dificuldades, podem adotar o software e-Cidade, que encontra-se disponível no Portal do Software Público brasileiro.
Não há dúvida do crescimento desse processo colaborativo de produção e dos seus resultados na economia de recursos públicos e nos benefícios gerados para a administração pública e a sociedade. Uma ideia inovadora, brasileira, que beneficia o público e o privado, que torna os processos mais inteligentes, rápidos, produtivos, integrados e eficientes.