A opção pelas commodities nas exportações sobrecarrega a infraestrutura brasileira, especialmente portos e estradas. “Grande parte da safra de grãos é exportada como matéria prima para a alimentação de frangos e suínos, ou seja, não apresenta valor agregado e tampouco sua precificação é livre para não colocar em risco a viabilidade do segmento industrial. Somado a isso, a Lei Kandir favorece as exportações in natura frente aos produtos beneficiados, impactando fortemente as exportações de industrializados e a agroindústria nacional”, destacam Jacob Binsztok e Luciano Nascimento, respectivamente, coordenador e pesquisador associado ao Núcleo de Estudos e Pesquisas Agro Ambientais (Nepam) do Programa de Pós-graduação em Geografia da UFF.
Essa pauta agora ameaça o complexo do Porto do Açu, em Campos (RJ). Há informação de que estariam buscando exportar soja levada ao porto através de caminhões. “Caso isso se concretize, seria um grande absurdo, pois, além de sobrecarregar as estradas do Norte Fluminense, perde a grande oportunidade para desenvolver a conexão Ferroviária do Porto do Açu”, explica Wagner Victer, que foi um dos que ajudaram a conceber o projeto do Açu quando era secretário estadual de Indústria Nava e Petróleo.
“A concepção não era de um corredor de commodities produzidos em outros estados, e sim, um grande polo de desenvolvimento do Norte Fluminense, servindo inclusive como elemento de sustentabilidade de toda a região quando o petróleo viesse acabar. Hoje, já tem grandes resultados, com empresas produtoras de equipamentos de petróleo, termoelétricas e apoio offshore, porém é extremamente perigoso e um erro no ponto de vista estratégico permitir exportar soja por caminhões”, denuncia Victer.
O prefeito de Campos, Wladimir Garotinho, disse que vai lutar para não permitir que abarrotem as vias com caminhões de soja. “Não usarão a cidade como ‘boi de piranha’ para projetos que só olhem para os seus umbigos. O desenvolvimento da nossa região passa pela ferrovia (EF 118), sem ela viveremos um caos social em infraestrutura e mobilidade.”
Visão do turismo no Rio
A Fundação Ceperj acaba de lançar o Observatório Fluminense do Turismo, com o objetivo de auxiliar investimentos e políticas no setor. O estudo, disponível em bit.ly/38BR3Yl, foi solicitado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
“É imprescindível criar instrumentos de planejamento, de produção de estudos técnicos, temáticos e de gestão capazes de contribuir não só para o aperfeiçoamento e crescimento do turismo no estado, como também para identificar potencialidades e propiciar a geração de empregos diretos e indiretos”, afirma o presidente da Fundação, Gabriel Lopes.
Rápidas
O ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung participará, em 26 de janeiro, do Conselho de Presidentes, formado pelo economista e consultor Dernizo Pagnoncelli. Junto a líderes de empresas como Randon e Genesis, falará sobre “O que precisa ser feito na política no Brasil” *** O Lecadô inicia essa semana seu plano de inaugurações para 2021 com uma loja no Shopping Grande Rio. Até o final do ano, a meta é abrir mais cinco lojas no Rio de Janeiro.
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