Ontem, comentamos como a pandemia fez bem para a saúde financeira dos ricaços: os bilionários norte-americanos engordaram suas fortunas em 1 trilhão de dólares. Robert Reich, ex-secretário (ministro) do Trabalho dos Estados Unidos, teme a recuperação em forma de K – os ricaços saem melhor do que entraram, enquanto a queda prossegue para os demais 99%. Boa parte desse quadro se deve à política de reduzir os impostos para os ricos como estratégia para elevar os investimentos. Recente estudo publicado pela London School of Economics and Political Science (LSE) comprova que cortar tributos dos mais ricos tem como efeito… deixá-los mais ricos. O economista John Kenneth Galbraith já duvidava da teoria do “cavalo e pardais”: “Se você alimentar o cavalo com aveia suficiente, um pouco vai cair na estrada para os pardais.”
Em artigo no jornal britânico The Guardian, Reich propõe um caminho que ele chama de “build-up economics” (economia de acumulação, tradução do colunista). Não é uma inovação: esse sistema atingiu seu ápice após a Segunda Guerra, “quando os norte-americanos mais ricos pagavam uma taxa marginal de imposto de renda entre 70% e 90%. Essa receita ajudou a financiar investimentos maciços em infraestrutura, educação, saúde e pesquisa básica – criando a maior e mais produtiva classe média que o mundo já viu”.
O investimento em infraestrutura, especialmente rumo ao Green New Deal, trará retornos impressionantes e necessários, defende Reich. “Os custos de não fazê-lo serão astronômicos.”
O investimento público compensa. Estudos mostram um retorno médio sobre o investimento em infraestrutura de US$ 1,92 para cada dólar público investido. “A vacina Covid revela a importância dos investimentos em saúde pública, e a pandemia mostra como a saúde de todos afeta a todos. Mesmo assim, 37 milhões de norte-americanos ainda não têm seguro-saúde. Um estudo da Lancet estima que o Medicare for All evitaria 68 mil mortes desnecessárias a cada ano, enquanto economizaria dinheiro”, complementa Reich.
Reconhecimento
Considerado o maior congresso de medicina laboratorial do mundo, o American Association for Clinical Chemistry (AACC) premiou dois trabalhos, um na divisão de informática e o outro na divisão de medicina personalizada, desenvolvidas pelos pesquisadores do Grupo Sabin Pedro Góes Mesquita, Ticiante Santa Rita e o coordenador do laboratório, Gustavo Barra. As pesquisas são referentes ao método de sequenciamento do DNA dos pacientes e ajudam na identificação de variantes genéticas causadoras de doenças.
Colagens
Bayard Do Coutto Boiteux lança loja digital de fotos e colagens, que pode ser conferida por meio do link fotosbayardboiteux.com.br
Carteirada
Uma revista divulgou que ministros do Superior Tribunal de Justiça tentaram obter na Fiocruz prioridade para a vacina contra a Covid-19; foram rebarbados. Mês passado, o Ministério Público de São Paulo tentou furar a fila. Retrato da nossa (in)justiça.
Ausente
De Crivella, ao chegar no presídio em Benfica: “Onde está o Queiroz”?