Um dos primeiros a alertar para o “mico” de acumular reservas em dólar, o professor Adriano Benayon, da Universidade de Brasília (UnB), admite que aproveitar a crise imobiliária nos Estados Unidos para comprar um apartamento em Nova York pode ser um bom negócio. No entanto, o economista aponta um forte motivo para ele próprio não realizar tal investimento: “Mesmo com passaporte do corpo diplomático, quem chega aos EUA é obrigado a passar por uma revista humilhante e acho que pouca gente estaria disposta a se submeter a isso”, afirmou Benayon, que é diplomata aposentado.
Desembarque
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), atribuiu ao bom desempenho das administrações portuárias estaduais a decisão do Governo Lula de retirar oito portos do Programa Nacional de Desestatização. Requião destacou a performance dos portos de Paranaguá, Antonina e Rio Grande – este no Rio Grande do Sul – com movimento recorde de cargas e lucratividade: “A partir de nossa experiência, o Governo Federal retirou do programa de privatizações as docas de Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Ceará, Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte e Espírito Santo. Além disso, resolveu criar companhia pública para gerenciar os portos de Alagoas, a partir do exemplo dos portos do Paraná e de Rio Grande”, salientou Requião.
Porta de entrada
Para o governador paranaense, “o Paraná mostra ao Brasil que o porto público é mais eficiente que o privado”. Segundo ele, a receita cambial dos Portos de Paranaguá e Antonina saltou de pouco mais de US$ 4 bilhões, em 2002, para US$ 11,8 bilhões, em 2007. Isso significa, de acordo com Requião, aumento de 182%. Em 2007, os dois portos movimentaram 37,8 milhões de toneladas de grãos, ante 28,5 milhões de toneladas em 2002, crescimento de 32%: “É fundamental que a porta de entrada e saída do país fique nas mãos dos brasileiros”, defendeu Requião.
Abandonados
O banco Santander comemora pesquisa que mostra que 83% dos clientes que recorreram à Ouvidoria Santander nos três primeiros meses de funcionamento do órgão ficaram satisfeitos com o atendimento e 87% tiveram suas solicitações resolvidas em até 15 dias. Olhando por outro ângulo, significa que 13% dos que recorreram ao órgão não viram seus pleitos atendidos ou tiveram que esperar mais do que duas semanas. Imagina-se o número de clientes insatisfeitos que nem ligaram para a ouvidoria.
Boca de urna
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de proibir a criação ou a ampliação de programas assistencialistas em ano de eleição pode ter méritos e boas intenções. No entanto, para ficar completa, deveria ser estendida à criação ou à ampliação de gastos financeiros, como os destinados ao pagamento de juros. Por exemplo, se o governo torrou R$ 160 bilhões no ano anterior, a gastança no ano eleitoral não pode superar esse valor. Além de criar uma isonomia de tratamento entre o congelamento dos benefícios para os de baixo e os de cima, esse acréscimo à legislação afetaria uma parte vital para o equilíbrio eleitoral: a dos financiadores.
Procon
Quem procurar nas agências dos Correios o selo de R$ 0,10 para enviar uma Carta Social vai ouvir – em nove entre dez estabelecimentos – que está em falta. Assim, o cliente é obrigado a enviar uma carta comum, que custa seis vezes mais.
Marcos de Oliveira e Sérgio Souto
