SP: inadimplência das famílias registra menor nível desde janeiro de 2022

Contas em atraso diminuem, mas lares com menor renda ainda são os mais afetados

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Varejo na Rua 25 de março (Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas)
Varejo na Rua 25 de março (Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas)

A inadimplência das famílias paulistanas atingiu o menor nível desde janeiro de 2022. Dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) apontam que o porcentual de lares com contas em atraso passou de 21,9%, no mês de maio, para 20,8%, em junho – o que, em números absolutos, representa 40,3 mil famílias inadimplentes a menos.

Por outro lado, as famílias de menor renda, ou seja, que recebem até 10 salários mínimos, são as que enfrentam mais dificuldades em relação à inadimplência. Prova disso é que 24,1% dessas famílias estão com contas em atraso, enquanto só 12,6% das que recebem acima de 10 salários mínimos estão com dívidas – praticamente o dobro. Ainda assim, ambas registraram queda em relação ao mês anterior.

De acordo com a Fecomércio-SP, esse resultado pode ser explicado pela queda da inflação, que tem aliviado o bolso dos paulistanos. Além disso, o mercado de trabalho aquecido também contribui para a quitação das dívidas e abre espaço para o consumo. Não é à toa que 19,6% dos lares afirmaram que pretendem contrair algum tipo de crédito ou financiamento nos próximos três meses – o maior porcentual desde setembro de 2019 -, enquanto 90% declararam que a finalidade será consumo e compras.

Ainda segundo a entidade, se, por um lado, a queda na inflação estimula o consumo, é compreensível que os compromissos com crédito aumentem. Apesar de o endividamento registrar uma queda em comparação ao mês anterior, ainda segue em patamar elevado (71,3%). O resultado, no entanto, é importante para a economia, principalmente em razão do barateamento do crédito, o que gera confiança das famílias, encorajadas pela maior segurança no emprego e na renda.

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Além do líder invicto cartão de crédito (86,1%), que ainda é o fator que mais contribui para a dívida familiar, destacam-se, justamente, o crédito pessoal (13,9%) e o financiamento de imóveis (13,7%), que cresceram em relação ao mesmo período do ano passado – o que comprova o impacto da redução dos juros sobre a realização do sonho de comprar a casa própria. Essas despesas, a longo prazo, impactam diretamente o tempo de comprometimento da dívida, que também cresceu, atingindo 7,6 meses em junho, acima do registrado no ano passado. Um resultado que, nesse caso, pode ser considerado positivo para a economia, já que mostra que os consumidores estão lidando melhor com as finanças.

De acordo com a federação, o cenário é promissor para os empresários, visto que o fortalecimento no poder de compra deverá estimular as vendas no comércio e nos serviços, trazendo bons resultados para a economia da cidade neste meio de ano.

Já de acordo com a projeção elaborada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar) – FIA Business School, a taxa de inadimplência (recursos livres) deve ficar entre 5,13% e 5,70%, com média estimada de 5,42% em julho de 2024. Implicando em uma queda de 0,15 p.p. em relação ao valor real de maio de 2024 (último valor divulgado) e aumento de 0,02 p.p. em relação ao valor estimado para junho de 2024.

Considerando-se a queda de atrasos (recursos livres) observado, é razoável esperar uma taxa de inadimplência entre a média (5,42%) e o limite inferior (5,13%) do intervalo estimado para o mês de julho.

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