Prejuízos com falta de energia estão perto de somar R$ 2 bilhões em São Paulo

Associação de restaurantes inicia ação coletiva contra Enel por apagão

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Apagão em São Paulo (Foto: EBC/arquivo)
Apagão em São Paulo (Foto: EBC/arquivo)

Cálculos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) mostram que do último dia 11 até o fim do dia 15, as perdas de faturamento bruto na cidade de São Paulo já somaram pelo menos R$ 1,82 bilhão.

O setor mais prejudicado é o de serviços com uma perda de receitas estimada em R$ 1,23 bilhão: em média, são R$ 246 milhões perdidos a cada dia sem luz. Os prejuízos mais significativos foram contabilizados no Dia das Crianças (12), uma das datas mais relevantes do calendário sazonal do País e que se sucedeu ao temporal que afetou a rede elétrica na cidade. Na ocasião, as empresas de Serviços deixaram de faturar cerca de R$ 442,3 milhões. Foi também o dia com a maior quantidade de imóveis no escuro na cidade.

Já o comércio paulistano, por sua vez, acumula perdas de R$ 589 milhões desde então. Da mesma forma, o Dia das Crianças foi o pior dia: R$ 211 milhões em vendas que não aconteceram por causa da falta de energia elétrica.

Na análise da Fecomércio-SP, os impactos negativos da falta de energia elétrica devem ser ainda maiores, já que não entraram na conta todos os prejuízos causados pelas perdas de estoques, por exemplo, ou os custos fixos que se mantiveram mesmo sem as receitas. No limite, as perdas totais do varejo e dos serviços devem aumentar conforme esses cálculos forem feitos -BA e cuja recuperação pode levar meses. Até dia 15, mais de 250 mil imóveis estavam sem energia elétrica na cidade e na sua Região Metropolitana, segundo dados da concessionária Enel. No sábado -BA dia de mais perdas de faturamento -BA, esse número chegou a 1,45 milhão de unidades.

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Em nota, a federação ressalta “que é inaceitável ver a maior metrópole do Brasil e uma das maiores do mundo sofrer com cortes tão abruptos e amplos de energia elétrica. Da mesma forma, quanto episódios como esse acontecem, a cidade não pode ficar tanto tempo às escuras. Além das perdas econômicas, que impactam na dinâmica da economia do País, os efeitos são perversos para a população em geral.”

A Associação Nacional de Restaurantes estima um prejuízo de R$ 87 milhões ao setor nas cidades metropolitanas de São Paulo devido ao apagão. No último dia 18, a entidade ingressou com ação coletiva na Justiça contra a Enel pelos danos causados aos estoques e equipamentos dos bares e restaurantes.

De acordo com levantamento da associação, entre os dias 11 e 15, uma média de 13% dos estabelecimentos foi afetada, com variações diárias de 28% no primeiro dia, 21% no segundo, 9% no terceiro, 5% no quarto e 1,3% no quinto dia. Considerando também o impacto nas demais cidades metropolitanas atingidas (São Paulo, Taboão da Serra, Carapicuíba, Cotia, Osasco e Barueri), estima-se que o prejuízo para o setor de alimentação na região tenha alcançado R$ 87 milhões.

A ANR afirma que a Enel cometeu os mesmos erros de novembro de 2023, quando uma situação semelhante ocorreu, demonstrando falta de preparo para lidar com eventos recorrentes. A associação ainda destaca que muitos clientes não tiveram suas reclamações atendidas e que, em algumas áreas, a energia não foi restabelecida.

Diante disso, além da ação coletiva, a ANR orienta empresários afetados a entrarem com ações individuais contra a concessionária para buscar ressarcimento das mercadorias perdidas e lucros cessantes, calculados com base no faturamento de fins de semana ou datas especiais, como o Dia das Crianças.

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