Durante a apresentação do plano estratégico do Grupo Stellantis até 2030, em Amsterdã (Holanda), o CEO Carlos Tavares antecipou o primeiro Jeep 100% elétrico, que será lançado no primeiro semestre de 2023. A ideia do grupo é utilizar nele a plataforma CMP, do Grupo PSA, e usada nos Peugeot 208 e 2008 e Citroën C3. Seria a solução para todos os carros compactos, porque trata-se de uma arquitetura moderna, que aceita versões elétricas. Outros dois modelos totalmente elétricos serão lançados até 2025 – um SUV médio e um modelo off-road.
O futuro das marcas sobre o guarda-chuva Stellantis (Fiat, Jeep, Chrysler, RAM, Opel, Peugeot e Citroën) será a eletrificação. O conglomerado pretende expandir dos atuais 19 para 45 elétricos até 2024 e mais de 70 modelos até 2027. Outra meta é ter 100% de seus carros na Europa e 50% nos EUA elétricos até 2030.
O mercado brasileiro não foi citado, mas a marca já havia antecipado que um elétrico está a caminho. Especula-se que seja a versão 4xe do Jeep Compass.
PL7 faz novas ‘vítimas’, e Volks atualiza portfólio
No Brasil, a eletrificação ainda engatinha, mas pelo menos as novas regras de emissões iniciam uma nova era de carros menos poluentes. Por causa disso, Fiat, Honda, Renault e até a Volvo, entre outras, tiveram de mudar seus portfólios para se adequar à nova fase do Proconve, a L7. É mais rigorosa que regras europeias, para se ter ideia, e vale tanto para modelos nacionais quanto importados.
Recentemente, a Volkswagen anunciou atualizações de suas linhas para atender às novas normas. O PL7 exigiu novos testes e análises para reduzir as emissões em, no mínimo, 38% para compostos orgânicos voláteis e óxidos de nitrogênio, em 23% para monóxido de carbono e em 25% para aldeídos em relação à legislação anterior, o PL6.
Para isso a Volks promoveu atualizações de softwares de motor, transmissão e ar-condicionado, sistemas de combustível, escapamento e catalisadores, além de incluir Start-Stop e ar-condicionado Climatronic para quase todos os modelos. Também melhorou aerodinâmica dos carros e ampliou a adoção de pneus com compostos de baixa resistência ao rolamento (ou pneus verdes).
Essas mudanças consumiram parte do investimento de R$ 7 bilhões que a Volkswagen realiza na América Latina até 2026.
Veterano motor 1.6 dá adeus
Entre as baixas, os modelos Gol e Voyage deixam de ter o motor 1.6 8V (EA111) e 1.6 16V (EA211). Com isso, hatch e sedã agora só estão à venda com uma opção de motor: o três cilindros 1.0 12V de até 84cv de potência com câmbio manual de 5 velocidades. Já a picape Saveiro, com a carroceria de cabine simples e dupla, manteve o motor 1.6 16V de 116cv.
Esse mesmo motor deixa de ser oferecido em Polo e Virtus. Enquanto o hatch conta com opções de motor 1.0 aspirado, o sedã parte da 1.0 turbo (200 TSI) também ofertado no Polo, além da versão esportiva GTS para ambos com motor 1.4 turbo. Todas as versões Comfortline e Highline passam a vir de série com o sistema Start-Stop, que desliga e liga o motor automaticamente quando o carro para.
Por fim, a Volks informa que o motor 250 TSI do Taos passou por novas calibrações que o deixaram mais eficiente, assim como o motor V6 da picape Amarok (que perdeu 1cv e agora rende 257cv) e o 350 TSI 2.0 disponível no Jetta GLI – o sedã agora entrega 231cv (houve 1cv de ganho).
Caoa tira três modelos de linha
Sem alarde, a Caoa tirou de campo três carros, dois da Hyundai e um da Chery, todos montados no Brasil, por não atenderem às novas normas do Proconve L7. Dois deles saem de cena – o ix35 e o Tiggo 2 – enquanto o Tucson teria sua produção suspensa.
Produzido em Anápolis (GO), ix35, sem substituto, não justificaria maiores investimentos. Já o Tucson, que sai da mesma planta, tem planos de ser renovado ainda para este semestre.
Tiggo 2 também dá adeus
O Grupo Caoa também aposenta o primeiro Chery que lançou no país, em 2018: o Tiggo 2. Com produção em Jacareí (SP), o compacto perdeu espaço para o SUV Tiggo 3x, lançado em 2021, mais moderno e eficiente – traz motor turbo 1.0 de 102cv. O motor aspirado 1.5 de 115cv do Tiggo 2 não atende às novas normas de emissões.