A segunda-feira (24) foi marcada como um dia de aversão a risco com fortes quedas nas bolsas internacionais, observou Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos. O índice pan-europeu STOXX 600, o principal de ações da região, caiu 3,8%, marcando seu pior desempenho diário desde junho de 2020.
Nasdaq caía aproximadamente 4% e bolsa norte-americana despencava cerca de 2%. “Um fator importante é que a aversão a risco não influencia nos DIs que continuam caindo. Em momento de aversão a risco geralmente os DIs sobem”, destacou Jansen Costa. Segundo ele, obviamente há um momento de venda nas bolsas internacionais principalmente no S&P 500, que no ano acumula queda expressiva que já está na casa de 10% no último mês, quase batendo 11%. No ano, Nasdaq cai aproximadamente 16% e bitcoin 32%.
Na Europa, saiu o Índice de Gerente de Compras Industrial (PMI) abaixo das expectativas, muito influenciado pelo setor de serviços, que foi impulsionado pela onda forte de casos de Covid com a variante ômicron. Isso vem impulsionando negativamente a confiança dos empresários. Vemos pressão na cadeia produtiva global, com preços dos fretes que continuam elevados.
Motivos
O consultor explica que as bolsas internacionais estão caindo por vários aspectos, principalmente devido à subida de juros em diversos países. Outro fator é que os valuations das empresas internacionais seguem bem esticados, apesar dos lucros cada vez mais altos. “Os valores das empresas estão absolutamente elevados. Outro fator é que a bolsa vem num rally de alta desde 2008 até agora, então tem muito espaço para uma realização”, citou.
Jansen Costa diz que a quantidade de dinheiro no mercado hoje é muito superior ao que se tinha em 2008, por exemplo. Outro motivo é que a retirada dos estímulos no mercado americano faz com que investidores, com medo, comecem a vender suas posições sem parar movidos pelo pânico.
“Temos uma semana recheada de resultados corporativos lá fora. Na quarta-feira, temos definição da taxa de juros com a reunião do FED, Banco Central dos EUA. A expectativa é que não suba os juros, mas mude o tom do FED”, acredita.
No Brasil, poucos papéis se destacavam em alta. “Temos muitos papéis seguindo movimento de queda dos mercados internacionais e fazendo novas mínimas como Localweb e Magazine Luiza”, exemplificou. Por volta das 17h, o Ibovespa marcava 107.287,49 pontos, enquanto a abertura registrava 108.941,15.