Subsídios dos EUA podem abalar suprimento de nova energia na China

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Bandeira da China (Foto: J.C.Cardoso)
Bandeira da China (Foto: J.C.Cardoso)

Os subsídios dos Estados Unidos para veículos de nova energia (NEVs) são discriminatórios e perturbarão seriamente a cadeia de suprimento global, afirmou à Xinhua Tu Xinquan, chefe do Instituto Chinês de Estudos da OMC da Universidade de Negócios e Economia Internacionais.

O especialista em comércio, fez as observações em uma entrevista sobre os subsídios ao abrigo da Lei de Redução da Inflação dos EUA. A China iniciou um processo de solução de controvérsias sobre o assunto na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Explicando por que as medidas são discriminatórias, Tu disse que para que as montadoras obtenham os créditos fiscais relacionados, sua produção deve ser realizada na América do Norte, e uma certa proporção de minerais essenciais em baterias de energia deve vir dos Estados Unidos ou de países que assinaram acordos de livre comércio com ele.

Em particular, se os principais minerais vierem de vários países específicos, incluindo a China, a produção não poderá beneficiar dos subsídios, acrescentou Tu. O especialista em comércio acredita que as medidas dos EUA não visam promover a transição verde, como afirma o país, mas bloquear a entrada de veículos de outros países, especialmente da China, no mercado norte-americano. Tais subsídios violam o princípio do tratamento nacional da OMC, disse Tu.

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Não são apenas as empresas chinesas que suportam o peso, mas também as da Europa, do Japão, da República da Coreia e até dos próprios Estados Unidos. Tu prevê que o número de modelos de veículos elétricos puros e plug-in elegíveis para os subsídios cairá de 25 em 2023 para 13.

“O governo dos EUA afirmou repetidamente que não tem intenção de se dissociar da China, mas apenas quer reduzir o risco. No entanto, as políticas discriminatórias explicitamente dirigidas à China na Lei de Redução da Inflação dos EUA violam obviamente seu compromisso público e aumentarão o risco de fracasso na resposta às mudanças climáticas, não apenas para os Estados Unidos, mas para o mundo em geral”, assinalou Tu.

Para ele, os Estados Unidos devem corrigir as políticas discriminatórias na perspectiva dos interesses comuns da resposta global às mudanças climáticas, do cumprimento das regras da OMC e da estabilidade das relações China-EUA.

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