A produção total dos cafés do Brasil em 2020, somadas as espécies arábica e conilon, atingiu 63,07 milhões de sacas de 60kg, superando em 2,3% a produção brasileira de 2018 e se tornando a safra com maior volume da história. Foram 14,31 milhões de sacas, 23% do total, de café conilon, volume que representou uma queda de 4,7% se comparado com 2019. Essa redução na produção do café conilon foi justificada pelo baixo índice de chuva nas regiões produtoras do Espírito Santo, o maior estado produtor da espécie no Brasil. Já o café da espécie arábica foi responsável por 77% da safra brasileira ao produzir 48,77 milhões de sacas, com um aumento de 42,2% em relação ao ano passado, influenciado pela bienalidade positiva.
Com uma produtividade média de 33,32 sacas por hectare e um total de 55,15 milhões de sacas produzidas, o Sudeste foi responsável por 87,5% de toda produção nacional no ano. Minas Gerais, o maior estado produtor brasileiro foi responsável por 34,64 milhões de sacas, número que representou 55% da safra dos cafés do Brasil no ano. O Espírito Santo, segundo maior estado produtor, colheu um volume equivalente a 13,95 milhões de sacas, 22% da safra nacional. O Estado de São Paulo foi responsável por 6,18 milhões de sacas, enquanto o Rio de Janeiro teve 371 mil sacas de café produzidas.
Ao estabelecermos um ranking decrescente das cinco regiões geográficas brasileiras, é possível verificar que em segundo lugar, como maior Região produtora de café depois do Sudeste, vem o Nordeste que, com produção exclusiva no estado da Bahia, colheu 3,98 milhões de sacas de café em 2020, um crescimento de 32,9% se comparado com a safra baiana de 2019. Na terceira posição está a Região Norte, cujo único estado produtor é Rondônia, com 2,44 milhões de sacas colhidas, volume 11,2% maior que ano passado. Em quarto lugar a Região Sul que produziu, exclusivamente no estado do Paraná, o equivalente a 942 mil sacas, número que representou uma redução de 1,2% em relação à safra do ano passado. Por fim, o Centro-Oeste com a produção de 406 mil sacas de café, um crescimento de 9,6% nos mesmos termos comparativos.
O 1º Levantamento da Safra 2021 de café, divulgado hoje pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estima uma produção total, somados conilon e arábica, entre 43,8 milhões e 49,5 milhões de sacas, indicando uma redução entre 30,5% e 21,4%, em comparação ao resultado apresentado na safra passada.
Apesar da redução da produção total, calcula-se uma produção recorde para a espécie conilon, se atingir o limite superior de 16,6 milhões de sacas de café beneficiado, com um incremento de 16% em relação a 2020. Pelo limite inferior, a previsão é de pouco mais de 14 milhões de sacas.
Para o arábica, que responde pelo maior volume nacional, a estimativa é de uma colheita entre 29,7 milhões e 32,9 milhões de sacas, o que representa uma queda de 32,4% e 39,1%, respectivamente, em comparação com a safra passada. A produtividade no limite inferior está próxima à da safra 2017 (de 24,14 sacas por hectare), e no limite superior, à da safra 2019 (de 27,2 sacas por hectare), que também foram anos de bienalidade negativa.
Por outro lado, ao contrário da área em produção que é a menor dos últimos 20 anos, a área em formação é a maior desse período, reflexo da grave seca que assolou os cafezais e induziram os produtores a aproveitar o ano de bienalidade negativa e destinar uma maior área para realizar tratos culturais nos cafezais. A área de produção indicada é de 1,76 milhão de hectares, com uma redução de 6,8% frente a 2020.
Minas Gerais, estado com a maior produção nacional, deve alcançar entre 19,8 milhões e 22,1 milhões de sacas. A redução pode chegar a 42,8% em relação ao último ano, atingindo sobretudo o café arábica, que sofre maior influência da bienalidade negativa. Já no Espírito Santo, a produção total está estimada entre 12 milhões e 14,9 milhões de sacas, dos quais 9 milhões a 11,3 milhões de sacas serão para o conilon. Nos demais estados, o levantamento aponta os seguintes números: São Paulo reduz a produção e alcança entre 4 milhões e 4,2 milhões de sacas; na Bahia há perspectiva de aumento de até 4,3%, situando-se entre 4 milhões e 4,1 milhões de sacas; Rondônia também há probabilidade de aumento e deve alcançar entre 2,3 milhões e 2,4 milhões de sacas; Paraná, da mesma forma, pode ter aumento, variando entre 906 mil e 943 mil sacas; o Rio de Janeiro segue o movimento de queda na produção e deve situar entre 270 mil e 281 mil sacas; em Goiás também há previsão de baixa, situada entre 222 mil e 231 mil sacas; e por fim, Mato Grosso, com previsão de aumento, situando entre 194 mil e 200 mil sacas.
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