De acordo com dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), em 2024, o país perdeu mais de R$ 1,2 bilhão em mercadorias roubadas, o valor representa um aumento de 21% em relação a 2023.
Das regiões mais afetadas, o Sudeste segue liderando o ranking com 72%, porém com queda de 5,8 p.p. em relação ao primeiro trimestre de 2024. Na região, 48,6% do total de prejuízo de 2025 foi relativo a cargas fracionadas e 44,4% em operações de transporte de alimentos. São Paulo (36,7%) e Rio de Janeiro (25,4%) são os estados com maior número. Enquanto o primeiro reduziu o prejuízo em 9,8 p.p em relação ao mesmo período do ano anterior, o segundo aumentou em 7,4 p.p.
O estudo também analisou os primeiros trimestres de 2023, 2024 e 2025: a respeito das regiões, observa-se uma diminuição da concentração no Sudeste: de 83,2% em 2023 para 72% em 2025, indicando uma dispersão maior dos prejuízos para outras regiões. Em contrapartida, nota-se aumento na vulnerabilidade do Nordeste e Sul: de 7,5% para 20,3% no Nordeste e de 4,6% para 7,6% no Sul na comparação entre 2023 e 2025, mostrando que essas regiões estão se tornando mais afetadas.
Já nos estados, São Paulo reduziu seus números de 48,8% em 2023 para 36,7% em 2025, o Maranhão aumentou de 0,9% para 11,3% na comparação entre 2023 e 2025, indicando aumento da vulnerabilidade nesse estado.
Com base na análise dos primeiros trimestres de 2023, 2024 e 2025, houve redução no prejuízo por roubo nas cargas fracionadas: de 52% em 2023 para 44,1% em 2025, indicando possibilidade de diminuição relativa na vulnerabilidade desse segmento. Além do crescimento no valor sinistrado nas cargas de alimentos e eletrônicos, refletindo uma diversificação dos alvos dos criminosos.
No geral, as quintas-feiras foram as mais críticas para o transporte de cargas. Neste dia da semana, o Sudeste acumulou a maioria dos prejuízos, chegando a 74,5% do total. Em relação a 2024, foram registrados aumentos nos problemas por roubo de cargas às quintas, segundas, sextas e sábados. Destaque para o domingo, que reduziu de 10,7% para 5,5% a sinistralidade.
A análise comparativa dos primeiros trimestres de 2023, 2024 e 2025, indica um aumento expressivo dos prejuízos à noite: de 15,6% em 2023 para 45,2% em 2025, mostrando que os criminosos estão atuando mais intensamente durante o período noturno. As quintas e segundas continuam sendo os dias mais críticos, mas há aumento na vulnerabilidade às sextas e sábados, indicando uma maior atuação dos criminosos também nesses dias.
Sobre a região dos roubos, as áreas urbanas ocupam a liderança do ranking com 29,1% dos prejuízos. A posição se manteve, porém o percentual caiu em relação ao primeiro trimestre de 2024, quando somava 39,9% do total sinistrado. A respeito das rodovias, na BR-316, onde ocorreram 11,3% dos prejuízos por roubo de cargas no primeiro trimestre de 2025, diferentemente do padrão, os principais alvos foram as cargas de eletrônicos (44,8%), higiene e limpeza (36,8%) e defensivos agrícolas (18,4%).
A BR-116 também costuma aparecer entre as mais críticas para o transporte de cargas. No primeiro trimestre de 2025 ficou em segundo lugar entre as rodovias, com 8,3% do total – percentual abaixo do registrado em 2024 (9,7%). Os sinistros com cargas fracionadas somaram 73,2% do total.
Além disso, de acordo com dados da última análise do Índice de Frete Rodoviário da Edenred Frete (IFR), com a base em dados exclusivos da plataforma Edenred Repom, o preço médio do frete por quilômetro rodado no país registrou uma leve variação negativa de 0,14% em abril em relação a março. O valor médio nacional passou de R$ 7,35 para R$ 7,34, registrando, assim, o segundo mês consecutivo de retração.
Outro fator que pode ter contribuído para o recuo é a redução nos preços do diesel nos postos. De acordo com o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), o diesel comum teve valor médio de R$ 6,38 em abril, com queda de 1,85% em relação a março. Já o tipo S-10 foi comercializado a R$ 6,44, após recuo de 1,83%.