A Região Sudeste registrou 1.637.274 tentativas de fraude no primeiro trimestre de 2025, o que representa 47,2% de todas as ocorrências no país. O número indica um crescimento de 22,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian. Com esse volume, o Sudeste se manteve como a região mais visada por fraudadores, concentrando quase metade das diligências fraudulentas do país no período.
São Paulo liderou com folga os indicadores regionais e respondeu sozinho por 27,3% do total nacional. A taxa de incidência no estado foi de 6.856 ocorrências a cada milhão de habitantes no período, com uma tentativa registrada a cada 8,2 segundos. Apesar dos números elevados, São Paulo foi a única unidade federativa da região com variação anual abaixo da média nacional, embora ainda significativa (22,5%). Já o Espírito Santo, embora tenha os menores números absolutos da região, registrou uma tentativa de fraude a cada dois minutos e apresentou a maior variação anual entre os estados do Sudeste, uma alta de 23,6%.
O Brasil registrou 3.468.255 tentativas de fraude nos três primeiros meses de 2025 – um salto de 22,9% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, a primeira e maior datatech do país. O volume equivale a uma tentativa a cada 2,2 segundos, com mais de 1 milhão de ocorrências mensais registradas consecutivamente no trimestre.
A maior parte das tentativas de fraude registradas no primeiro trimestre de 2025 foi direcionada ao setor de bancos e cartões (54%). Na sequência, apareceram os segmentos de serviços (31,9%), financeiras (6,7%), telefonia (5,7%) e varejo (1,7%), mantendo a consistência dos registros em todos os três meses.
Na análise por modalidade, as inconsistências nas informações cadastrais são a principal frente de detecção das tentativas de fraude, representando 50,6% das ocorrências evitadas no primeiro trimestre. Em seguida, padrões fraudulentos relacionados à autenticidade de documentos e validação biométrica responderam por 41,9% dos casos. Já o monitoramento de comportamentos suspeitos em dispositivos – como a associação com históricos anteriores de fraudes – foi responsável por 7,5% das diligências barradas no período.
Na divisão por faixa etária, os consumidores entre 36 e 50 anos seguiram como os mais visados, concentrando 32,9% das tentativas de fraude registradas em março. Em seguida apareceram os grupos de 26 a 35 anos (26,5%) e até 25 anos (15,3%). Já os consumidores entre 51 e 60 anos responderam por 13,4% das ocorrências, enquanto os acima de 60 anos representaram 11,9% do total.
Na comparação com março de 2024 – mês que havia registrado o maior volume de fraudes no ano passado – apenas duas das faixas etárias mapeadas apresentaram aumento nas ocorrências no mesmo mês de 2025: alta de 3,7% entre consumidores de 51 a 60 anos e de 7,9% entre os acima de 60. Todas as demais registraram queda na variação anual, reforçando a tendência de concentração Todas as unidades federativas registraram aumento expressivo nas tentativas de fraude no primeiro trimestre de 2025, com variações acumuladas superiores a 20% em relação ao mesmo período do ano anterior. As maiores altas ocorreram no Pará e no Amazonas, ambos registrando 27,0%, seguidos por Roraima (26,0%). Mesmo os estados com menores crescimentos no comparativo – Santa Catarina (20,2%), Distrito Federal (20,6%) e Paraná (21,2%) – apresentaram índices preocupantes.
Em volume absoluto, o Sudeste se manteve como a região mais visada pelos golpistas, com 1.637.274 tentativas de fraude registradas no trimestre – o equivalente a 47,2% de todas as diligências do país. A região teve uma variação média de 22,6% na comparação com os três primeiros meses de 2024.
Entre os estados, São Paulo liderou isoladamente, com quase 1 milhão de tentativas de golpe evitadas no período. Em seguida, ficou o Rio de Janeiro (325.518) e Minas Gerais (302.197). Na outra ponta do ranking, os menores volumes foram registrados no Acre (11.009), Amapá (10.015) e Roraima (7.255).
Quando se observa a taxa de tentativas de fraude proporcional à população, o Distrito Federal aparece no topo do ranking nacional, com 8.079 ocorrências por milhão de habitantes no primeiro trimestre de 2025. A taxa é mais que o dobro da registrada no Maranhão, que ocupa a última posição com 3.285 ocorrências por milhão de habitantes. Logo após o DF, destacam-se São Paulo (6.856), Mato Grosso (6.444) e Rio de Janeiro (6.300), reforçando a maior pressão fraudulenta em regiões com forte atividade econômica.
O Brasil contabilizou 1.106.846 tentativas de fraude apenas em março de 2025 – o que equivale a uma média de 25 ocorrências por minuto ou uma a cada 2,4 segundos. Apesar do número expressivo, o mês apresentou uma leve retração de 1,1% em relação a fevereiro.
Já estudo da fintech Koin, em conjunto com a consultoria Gmattos, intitulado “O Impacto da Fraude Online na América Latina”, evidencia o crescimento das tentativas de golpe no e-commerce da região e os desafios enfrentados pelos lojistas.
A estimativa é que o custo total da fraude online (chargeback + prevenção) pode consumir até 1,9% da receita bruta das vendas das lojas virtuais – um número que compromete diretamente a rentabilidade de qualquer negócio. Segundo o estudo, em casos de redução pela metade desse custo, a melhora no resultado operacional (Ebitda) pode ultrapassar os 30%.
Além de dados operacionais e números específicos de cada país do continente, o estudo traz uma abordagem inédita: a análise do ponto de vista do fraudador. A pesquisa revelou que as estruturas criminosas organizadas atuam em três etapas ou funções. No caso dos cartões de crédito são a mineração de dados (com revenda de cartões por até US$ 5), compras fraudulentas (três em cada cinco tentativas são bem-sucedidas) e revenda de produtos (com até 50% de deságio). Já as fraudes no Pix passam por mineração (quando os dados são obtidos facilmente), contato via BOT (operação de baixo custo) e transferência e movimentação (com alta liquidez).
Outro ponto de atenção é o crescimento das fraudes via Pix. A pesquisa mostra que a incidência dobrou entre 2023 e 2024, subindo de 1,7% para 3,2% das chaves únicas cadastradas. Dada a liquidez imediata e o baixo custo operacional do golpe, o Pix se tornou foco dos fraudadores, e a prevenção eficaz exige novas camadas de inteligência.
A análise conduzida pela Koin e GMattos apresenta, também, um panorama aprofundado do impacto da fraude online na América Latina, revelando conexões diretas entre tentativas de golpe, taxas de conversão no checkout e a lucratividade das operações.
A região latino-americana mostra forte crescimento nas vendas online, com o Brasil liderando o mercado (55% do total), seguido por México (17%) e Colômbia (9%). Embora esse crescimento crie oportunidades, ele também deixa claras as vulnerabilidades: a América Latina é a região com maior índice de chargeback do mundo, ultrapassando a média global de 3,0%.
Além disso, de acordo com o estudo, cada cinco pontos percentuais de melhoria na conversão representam um ganho potencial de até 50% no Ebitda em operações com margens enxutas. Já a redução do custo total da fraude pela metade pode gerar aumento de mais de 30% no resultado operacional das empresas.