De acordo com o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, o endividamento atingiu 38,2% do total de empreendimentos existentes em São Paulo, o que equivale a 2.338.113 companhias. O Espírito Santo foi o estado que registrou o menor número de empresas inadimplentes (26,6%).
Na visão nacional, os dados de agosto indicaram que três em cada 10 companhias (32,6%) existentes no país estavam com o CNPJ no vermelho. Essa porcentagem corresponde a 6,9 milhões de negócios, número que se mantém estável desde maio. O total devido em agosto superou a R$ 149,1 bilhões, com um tíquete médio de cada conta atrasada estimado em R$ 2.977.
De acordo com o economista da Serasa, Luiz Rabi, a interrupção na queda das taxas de juros, que vinha se mantendo estável, pode contribuir para a permanência da alta inadimplência, principalmente para as dívidas de longo prazo.
“Empresas com esse tipo de endividamento enfrentam riscos maiores e o aumento das taxas de juros pode resultar em pagamentos mais altos, complicando a gestão financeira. A incapacidade de refinanciar ou renegociar essas dívidas pode levar à insolvência. Além disso, a valorização do dólar adiciona uma pressão extra, pois os importadores de insumos ou produtos são diretamente impactados. O fortalecimento da moeda norte-americana encarece essas importações, reduzindo as margens de lucro e prejudicando a liquidez necessária para cumprir com as obrigações financeiras”, comenta.
Ainda segundo o indicador, a maior parte das empresas negativadas eram do segmento de serviços, que liderou com 56,0%, seguido por comércio (35,0%), indústria (7,3%), primário (0,8%) e outros (0,3%), que contempla negócios financeiro e do terceiro setor. Já em relação ao setor das dívidas, a maioria era de serviços (31,2%) e a minoria de securitizadoras (0,7%). Já na visão por regiões, o ranking dos cinco estados com a maior taxa de inadimplência das empresas do país em agosto foi constituído por: Maranhão, Alagoas, Amapá, Rondónia e Pará. Já os estados que registraram a menor taxa de contas em atraso foram: Espírito Santos, Goiás, Piauí, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Do total de 6,9 milhões de empresas inadimplentes em agosto, 6,4 milhões eram do porte de micro e pequenas que, juntas, acumularam mais de 45,3 milhões de dívidas, totalizando um valor devido superior a R$ 128,1 bilhões. Isso indica uma média de sete contas atrasadas por CNPJ no Brasil.
Já o oitavo relatório de 2024 do Índice Multiplike de Devedores (IMD) observou que o índice de inadimplência se manteve estável após atingir em junho o menor percentual desde julho de 2022, ficando com uma inadimplência de 10,82% ante 10,81%, em agosto.
A faixa que apresentou um aumento expressivo foi nos vencidos de curto prazo de até 30 dias com um percentual de 39,18% de vencidos ante 36,45%. As demais faixas somam o total de 60,82%.
Em agosto, o total de patrimônio líquido (PL) dos fundos analisados (FIDCs) atingiu R$ 52,6 bilhões, dos quais, R$ 50,8 bilhões, referem-se a direitos creditórios, quase 100% do montante. Desse total, R$ 5,4 bilhões não foram quitados na data original de liquidação. O estudo realizado em agosto incluiu uma amostragem de 363 FIDCs.
Com base nos dados atuais do Índice Multiplike de Devedores (IMD), que examina o cenário Multicedente/Multissacado, Volnei Eyng, CEO da Multiplike, destaca que, a inadimplência diminuiu de acordo com a redução da taxa Selic no segundo semestre de 2023 e no primeiro semestre de 2024. No período em que a Selic se manteve estável, a taxa de inadimplência também estabilizou em torno de 10,82%.