A corrente de comércio entre Brasil e EUA alcançou US$ 20 bilhões no primeiro trimestre de 2025, o maior valor já registrado para o período desde o início da série histórica da Câmara Comercial (Amcham Brasil). O crescimento foi de 6,6% em relação ao mesmo trimestre de 2024. O saldo passou de US$ 800 milhões favorável ao Brasil para US$ 654 milhões a favor dos EUA.
A balança comercial entre os dois países vem sendo desfavorável ao Brasil nos últimos anos. Considerando apenas os primeiros trimestres de cada ano, o déficit brasileiro chegou a US$ 3,9 bilhões em 2020 e 2022, US$ 2,4 bilhões em 2021 e US$ 1,5 bilhão em 2023.
As exportações do Brasil para os EUA totalizaram US$ 9,7 bilhões no primeiro trimestre de 2025, uma queda de 0,8% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho foi similar ao das exportações brasileiras para o mundo, que apresentaram uma queda de 0,5%.
O Monitor do Comércio Brasil-EUA, publicação trimestral da Amcham Brasil, destaca as exportações industriais brasileiras para os EUA, que somaram US$ 7,8 bilhões entre janeiro e março, o maior valor já registrado para um primeiro trimestre. Com isso, os EUA ampliaram sua liderança como principal destino da indústria brasileira, passando a representar 18,1% do total exportado pelo setor (ante 17,7% no mesmo período de 2024).
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O Brasil importou US$ 10,3 bilhões em produtos dos Estados Unidos no trimestre, um crescimento de 14,7%. A pauta foi dominada por bens manufaturados (89,2%), com destaque para máquinas, medicamentos, petróleo e equipamentos de processamento de dados.
As compras de petróleo bruto aumentaram 78,3%, invertendo a tendência de queda anterior e impulsionando o setor energético. Já as importações de gás natural recuaram, refletindo a menor demanda no início do ano.
“Os resultados do primeiro trimestre de 2025 reforçam a qualidade e o caráter mutuamente benéfico da relação comercial entre o Brasil e os Estados Unidos. As empresas que participam dessa relação desejam ampliar ainda mais comércio e investimentos bilaterais”, afirmou Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil”, afirma Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.
Apesar do bom desempenho no primeiro trimestre, o cenário futuro requer atenção, alerta a Câmara. As tarifas anunciadas pelos Estados Unidos (10% para exportações brasileiras em geral e 25% sobre aço, alumínio e autopeças) introduzem um ambiente de maior incerteza.
“É fundamental preservar as condições para que o comércio entre Brasil e Estados Unidos continue gerando inovação, empregos e desenvolvimento para ambos os países”, concluiu Abrão Neto.