Supermercados do Estado do Rio têm alta em vendas pelo 16º mês em outubro

Consumo das famílias sustenta avanço de comércio e serviços no mês; inflação mais alta não impede desempenho positivo do setor terciário

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Supermercado (Foto: Marcelo Camargo/ABr)
Supermercado (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

Os supermercados do Estado do Rio de Janeiro apresentaram alta de 5,3% nas vendas do mês de outubro, em termos reais, ou seja, já descontada a inflação, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Foi o 16º mês consecutivo em que os supermercados apresentaram crescimento das vendas superior à média do varejo fluminense. Ou seja, há mais de um ano e quatro meses que os supermercados do estado do Rio ampliam suas receitas todos os meses. O bom desempenho do setor de supermercados (5,3%) direcionou a alta do varejo fluminense em outubro (3,4%). Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE.

Segundo a consultoria econômica da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), no acumulado do ano até outubro, as vendas dos supermercados fluminenses cresceram 4,9%, em termos reais, ou seja, já descontada a inflação, na comparação com o mesmo período de 2023.

A entidade destaca que esse bom desempenho ocorreu sobre uma base já elevada, uma vez que o setor também registrou expressivo crescimento nas vendas nesse mesmo período em 2023 (5,6%).

Para Fábio Queiróz, presidente da Asserj, os dados da pesquisa comprovam a força e a importância do setor supermercadista no cenário econômico fluminense.

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“O resultado do setor de supermercados (4,9%) tem contribuído para o crescimento da receita varejista fluminense. Nosso segmento vem impactando positivamente na receita do varejo fluminense em sua totalidade em 2024 (1,7%). Há mais de um ano, os supermercados do estado do Rio ampliam suas receitas todos os meses. Importante recordar que as vendas do varejo fluminense caíram em 2023 (-0,2%), pelo terceiro ano consecutivo, ao contrário da alta registrada nos supermercados (5,6%)”, ressalta Queiróz.

As vendas dos supermercados ao nível nacional também apresentaram forte crescimento em outubro (6,1%), na comparação com o mesmo período do ano passado. O estudo mostra que todas as 12 unidades da federação pesquisadas registraram aumento das vendas. Segundo o levantamento, o maior crescimento foi observado na Bahia (14,4%) e o menor em Minas Gerais (2,9%). O Rio de Janeiro (5,3%), por sua vez, apresentou o terceiro menor desempenho nacional e inferior à média brasileira (6,1%).

O consumo das famílias brasileiras continua surpreendendo positivamente, mesmo diante de desafios como o aumento da inflação e condições de crédito mais restritivas. Em outubro, o volume de vendas no comércio registrou uma elevação de 0,4%, enquanto as receitas do setor de serviços apresentaram uma expansão de 1,1%, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) analisados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

De acordo com o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, os resultados destacam a resiliência do setor terciário.

“Apesar das incertezas econômicas, o consumo das famílias se mantém como um pilar da economia nacional, especialmente em um cenário de recuperação do emprego e aumento da renda”, afirma.

O mercado de trabalho tem sido um fator crucial para o desempenho dos setores de comércio e serviços. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua) mostram que, até setembro, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceu 2% nos últimos 12 meses, enquanto a massa real de rendimentos aumentou 7% no mesmo período. A taxa de desocupação, por sua vez, caiu para 6,4%, o menor índice histórico da série.

“O aumento da ocupação e da renda das famílias tem compensado o impacto do crédito mais caro, permitindo um consumo mais robusto no fim do ano”, analisa Fabio Bentes, economista da CNC.

Entre os segmentos do comércio, o crescimento do volume de vendas em hiper e supermercados (elevação de 0,3%) foi um dos destaques, mesmo diante de uma inflação mais elevada em outubro (alta de 0,56% no IPCA). Já o setor de serviços apresentou uma expansão expressiva, liderada pelo turismo, que registrou crescimento de 4,7% no mês, a maior variação mensal desde maio de 2023. Esse desempenho reforça o otimismo do setor para o encerramento de 2024, com as vendas no varejo acumulando aumento de 5% no ano e as receitas dos serviços crescendo 2,3%.

Apesar dos resultados positivos, a CNC alerta para desafios no horizonte. A política monetária mais restritiva e o aumento das taxas de inadimplência podem pesar sobre o consumo no próximo ano. Em setembro, a taxa média de juros ao consumidor chegou a 51,8% ao ano, e a inadimplência alcançou 29,3% das famílias brasileiras.

“O cenário fiscal e externo será fundamental para determinar se o setor terciário conseguirá sustentar o atual ritmo de crescimento em 2025”, conclui Bentes.

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