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As pessoas gastam, em média, 30% de seu tempo livre na Internet, mostra pesquisa “Mundo Digital, Vida Digital”, realizada pela TNS Global, em novembro, com 27.500 internautas de 16 países (o Brasil ficou fora). Os estudantes são os que mais acessam (40% dos entrevistados) e os jovens chineses os que permanecem mais tempo conectados, comprometendo 50% de suas horas de folga. O levantamento constatou que o tempo gasto pelas pessoas na Web é o mesmo – independentemente do fato de terem duas ou oito horas de folga por dia.

Informação
Dos entrevistados, 81% disseram que utilizaram algum mecanismo de busca para encontrar informações genéricas, 76% acessaram o noticiário, 74% usaram sites de bancos, 65% consultaram a previsão do tempo e 63% buscaram um produto ou serviço antes de efetivar a compra.

A cor inexistente
Em má hora o Ipea decidiu abraçar a equivocada e perigosa tese de que o Brasil é um país racista, marcado por conflitos entre brancos e negros. A terceira parte do estudo “Retrato das desigualdades de gênero e raça”, divulgado nesta terça, é um exemplo da utilização de números corretos para se chegar a conclusões que esses números não permitem. Talvez tal engajamento seja influenciado pelos parceiros, o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) que, embora voltados para a questão feminina, se concentram no aspecto “raça”.
Quando fala do trabalho doméstico remunerado, o estudo afirma: “Ocupação tradicionalmente dotada de baixo valor social e nicho de mulheres e meninas negras e também de pobres, reúne em si a continuidade dos traços mais perversos da herança escravista e patriarcal.” Os números não mostram isso. Em 1996, 13,4% das “mulheres brancas” tinham esta ocupação, percentual que caiu para 12,1% em 2007. A participação de “mulheres negras” caiu, no mesmo período, de 23% para 21,4%.
Porém, quando se observa as trabalhadoras domésticas com idade entre 10 e 17 anos, tem-se percentuais muito mais próximos: em 2007, 4,4% eram “brancas” e 6,5%, “negras”. A menos que o racismo cresça com a idade, apelar para estes números para tentar provar a tese de discriminação não tem sustentação técnica. Uma resposta mais correta talvez possa ser procurada no aumento das oportunidades de educação para os mais pobres – independentemente de cor.

Cebolas e laranjas
O estudo que pretende fazer um retrato do brasileiro apresenta dados do rendimento das mulheres negras comparado ao dos homens brancos. Por quê? Talvez para chegar a conclusões como esta: “Tais informações dão visibilidade a uma realidade de discriminações e racismo que exige respostas imediatas e reforça a necessidade de adoção de medidas que visem à valorização e promoção de igualdade racial nas ações públicas.”

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Renda
Quando aborda um serviço que historicamente está ligado à renda – esgoto – o estudo tem mais dificuldades em chegar a tais conclusões. É forçado a reconhecer a influência do rendimento e da região da moradia, embora bata na tecla da raça. Mas os números mostram que 88% dos domicílios chefiados por “brancos” têm acesso ao serviço, e 76% dos chefiados por “negros” também. Se o estrato inclui a renda, o percentual de domicílios mais pobres que contam com esgoto cai para 66,2% – novamente, o indicativo “renda” parece primordial.

Esconde-esconde
Nada permite concluir que o Brasil é um país de conflitos raciais, a não ser a vontade de provar uma tese que pouco ou nenhum eco encontra na realidade brasileira. A tese não é inocente, e é perigosa. Implantar as políticas que defendem os “racialistas” implica criar conflitos onde não existem, e esconder o que realmente existe: a profunda desigualdade de renda na sociedade brasileira, que une “brancos” ou “negros”.

“Gato chique”
Até na Avenida Atlântica, endereço nobre do Rio, policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e técnicos da Nova Cedae encontraram ligação clandestina de água. No Edifício Tiradentes, foi encontrada uma ligação clandestina de uma polegada e meia de diâmetro que abastecia irregularmente o local, segundo a companhia de abastecimento.

Marcos de Oliveira e Sérgio Souto

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