Suspeito de operar fraude da merenda se cala em CPI

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Apontado como operador da fraude da merenda em São Paulo, o lobista Marcel Ferreira Júlio ficou calado em seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislati-va de São Paulo, que apura e investiga o fornecimento de merenda escolar em escolas estaduais e contratos firmados por empresas e cooperativas de agricultura familiar com o Governo do Estado e municípios.
Segundo a presidência da CPI, Marcel Júlio usou o direito de ficar calado e não responder a perguntas.
Membro da CPI, o deputado Alencar Santana informou que Marcel pediu a reunião secreta e, ao chegar, orientado pelo advogado, não respondeu às questões. “Mas, pelo pouco que ele falou, con-seguimos extrair coisas importantes. Primeiro, que os gênios do esquema eram o Jéter e o Merivaldo, e que o Jéter o ameaçava, dizendo que, se a propina não fosse paga, o contrato poderia ser prejudicado”. Os dois citados pelo lobista são Jéter Rodrigues e Merivaldo dos Santos, assessores do presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), que nega qualquer envolvimento com a fraude.
Antes de Marcel Júlio, a CPI da Merenda ouviu também nesta terça-feira Dione Moraes Pavan. Dione, que é nutricionista, disse que era responsável por analisar a qualidade dos produtos e que outro setor analisava os preços. Ela foi questionada principalmente sobre o desaparecimento de um documento de reequilíbrio fiscal que comprovava o superfaturamento dos preços. “Eu vi esse documento e questionei o encaminhamento correto porque julguei que não era de responsabilidade do departamento. Ele sumiu da minha mesa, mas não sei quem pegou porque a sala é aberta e trabalham ali pelo menos 20 pessoas”, explicou. Dione negou conhecer assessores e políticos acusados de envolvimento com a chamada Máfia da Merenda.

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