Os preços do papel e da celulose têm preocupado a Suzano para o exercício de 2017, com isso, a companhia cogita a possibilidade de reduzir a produção para que ocorra um ajuste nos preços, afirmou Walter Schalka, diretor presidente da companhia, durante teleconferência com analistas de mercado.
“Não estamos comunicando oficialmente a redução na produção, estamos apenas avisando que existe a possibilidade. Se a indústria não reduzir os volumes, nós seguiremos com nossa produção normal. A pressão nos preços e a disciplina de oferta são os motivos para a possível redução da produção”, afirmou Schalka.
A Suzano também anunciou a postergação do Projeto 5.1, em Mucuri, para 2018 devido a pressão nos preços com uma forte oferta e uma demanda não tão aquecida. “Com a postergação, nosso capex de 2016 passará de R$ 2,1 bilhões para R$ 1,9 bilhão”, explicou Schalka.
O executivo afirmou ainda que espera uma melhora dos indicadores para 2017, com um custo caixa no próximo ano melhor que o registrado em 2016. “A nossa indústria tem se mostrado muito volátil em relação aos resultados e um dos motivos para essa volatilidade é o câmbio”, avaliou Schalka. Os executivos da companhia afirmaram que a demanda na China segue sólida.
Dólar
A valorização do real frente ao dólar acabou prejudicando as exportações da Suzano no terceiro trimestre de 2016, impactando diretamente o resultado da companhia no período. “Nosso resultado foi impactado pelo câmbio”, disse Schalka.
“A média do dólar ficou em R$ 3,21 no terceiro trimestre deste ano, ante R$ 3,51 do período anterior”, afirmou o executivo. Outro ponto que prejudicou o resultado foi o atraso de embarque de 40 mil toneladas, que será contabilizado no quarto trimestre. “Não tivemos uma perda. Foi um atraso de navios. O embarque era para acontecer na última semana de setembro, mas ocorreu na primeira semana de outubro”, afirmou.
Lucro
A Suzano Papel e Celulose registrou lucro líquido de R$ 52,824 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo o prejuízo de R$ 959 milhões registrado no mesmo trimestre de 2015. O resultado é mais fraco do que as expectativas de mercado que apontavam para um lucro maior.
A receita líquida da companhia retraiu 27,2% e chegou a R$ 2,173 bilhões no trimestre. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que exclui itens não recorrentes, registrou queda de 48% no período para R$ 767,7 milhões.
No trimestre, a Suzano diminuiu as vendas em 12,9% com a comercialização de 1,066 milhão de toneladas, sendo 756 mil toneladas de celulose de mercado, queda de 14,9%, e 309,6 mil toneladas de papel, queda de 7,5% na comparação anual.
A produção caiu 11,6% no trimestre e somou 1,101 milhão de toneladas, sendo 809 mil toneladas de celulose de mercado (-13%) e 292 mil toneladas de papel, queda de 7,5% em relação ao mesmo período de 2015.
A companhia também anunciou nesta manhã que acertou com a Companhia Siderúrgica Vale do Pindaré e com a Siderúrgica do Maranhão (Cosima) a compra de aproximadamente 75 mil hectares de imóveis nos Estados do Maranhão e de Tocantins, dos quais aproximadamente 40 mil hectares são agricultáveis, e as florestas plantadas nessas áreas agricultáveis. O negócio está avaliado em US$ 245 milhões.














