Sabesp: Tarcísio vai aos EUA e Europa oferecer ações a estrangeiros

Ativos da empresa apresentaram valorização de mais de 53% desde janeiro de 2022

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Tarcísio de Freitas (Foto: Tânia Rêgo/ABr)
Tarcísio de Freitas (Foto: Tânia Rêgo/ABr)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, iniciou na segunda-feira, nos EUA, uma série de encontros com representantes de empresas privadas e de fundos de investimentos para apresentar o modelo da oferta pública de ações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), aberta na última sexta-feira.

A comitiva que acompanha o governador é formada pelos secretários de Parcerias e Investimentos, Rafael Benini, de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, e Comunicações, Lais Vita, e cumprirá compromissos em Nova Iorque e Boston. O grupo irá também ao Reino Unido e a Portugal na busca de interessados na compra de ações da companhia.

O governo do estado havia aberto, na noite de sexta-feira, a oferta pública de ações da companhia de saneamento, última etapa da privatização da empresa. No início do mês, o governo paulista anunciou que ficará com 18,3% das ações da companhia. Atualmente, o estado detém 50,3% dos papeis; o restante está na posse de empresas ou pessoas físicas.

Segundo o Palácio dos Bandeirantes, a venda de ações será dividida em dois lotes: o primeiro, de 15% dos papeis, será destinado a um investidor de referência; já o segundo, com cerca de 17% das ações, será aberto a todo o mercado, inclusive pessoas físicas, jurídicas e funcionários da companhia. A ação da companhia, cotada atualmente por volta de R$ 75, aumentou mais de 40% nos últimos 12 meses.

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Em maio, Projeto de Lei que viabiliza privatização da Sabesp foi aprovado na Câmara Municipal de São Paulo (que tem parte das ações da empresa, que é estadual). Segundo a Fundação Instituto de Administração (FIA), a privatização significa a transferência de uma instituição do setor público para o privado. Sendo assim, após ser privatizada, a Sabesp deixará de pertencer ao governo para ser propriedade de empresários, sendo gerenciada por eles.

Até o momento, a Sabesp é uma sociedade de economia mista, pois o controle é do estado, tendo 50,3% do capital social, e outra parte é negociada em ações nas Bolsas de Valores de São Paulo (B3) e de Nova Iorque.

Com a privatização, a companhia passa a ter uma oferta pública de ações em que a participação do estado será diluída. Em janeiro, o governo de São Paulo anunciou que vai manter 18% das ações da Sabesp após a finalização do processo, abrindo mão do controle absoluto.

Conforme informações divulgadas pela empresa de saneamento básico, inicialmente, será criado um cadastro para as empresas interessadas em comprar ações. Depois será aberto um prazo para o envio das propostas, não podendo ser abaixo do valor de mercado.

No ano de 2022, quando começou o processo de desestatização, a empresa registrou lucro de R$ 3,1 bilhões, sendo revertido 25% em dividendos aos acionistas, o equivalente a R$ 741,3 milhões. O restante foi destinado aos investimentos.

Os ativos da Sabesp (SBSP3) apresentaram valorização de mais de 53% desde janeiro de 2022. O preço da ação passou de R$ 53,45, no primeiro pregão de 2023, para R$ 81,83 em maio deste ano.

Segundo o advogado Eduardo Schiefler, nos termos da lei, basta adquirir uma ação para se tornar um acionista e ter direito aos dividendos da empresa. Ele explicou que a negociação dos papéis da Sabesp, que atualmente é feita na B3, permanecerá da mesma forma após o processo de privatização. O projeto prevê uma golden share (ação especial) ao governo estadual, que ainda terá o poder de veto sobre determinadas decisões, portanto, quem comprar as ações da Sabesp poderá não ter tanta autonomia.

Aos interessados em entrar nesse tipo de negócio, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) reforça que antes de incluir qualquer ativo na carteira de investimentos, é importante estudar o produto, o mercado financeiro e o cenário econômico.

No caso das ações, a Anbima aponta a necessidade de avaliar a rentabilidade, a segurança e a liquidez dos ativos, além de uma avaliação detalhada sobre a companhia, o que inclui a gestão, o setor de atuação e a projeção para os próximos anos.

Com informações da Agência de Notícias Brasil-Árabe

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