O alto volume de chuvas que vem caindo em muitas regiões do Brasil, principalmente no Sudeste, recuperou os reservatórios das hidrelétricas. Mas a conta de luz dos brasileiros vai permanecer no patamar mais alto até pelo menos abril, acredita João Sanches, CEO da Trinity Energia, empresa que comercializa no Mercado Livre.
“Ainda não há como prever como será o cenário hídrico em 2022, mesmo com base em dados promissores. Os preços da energia para curto prazo já começaram a cair, mas para o consumidor cativo, ela deve seguir no patamar mais caro até abril. Tempo necessário para que os principais reservatórios do País se recuperem”, afirma o executivo.
Por conta da crise hídrica, ano passado o Brasil precisou comprar energia elétrica do exterior e acionar as usinas termelétricas que funcionam em solo brasileiro. Para financiar os gastos extras, a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), criou uma nova bandeira tarifária de energia elétrica: a bandeira de escassez hídrica, que adiciona R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos. “Essa tarifa já foi confirmada pelo órgão e vale para os meses de março e abril”, diz Sanches.
Por enquanto o impacto orçamentário para o consumidor de energia livre, que possui, no mínimo, 1.000 kW de demanda contratada, já está em queda, visto que neste caso a negociação é direta com as empresas do segmento e com parâmetros melhores de acordos firmados para cada um em específico.
No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que concentra 70% da capacidade total dos reservatórios do país, fevereiro registrou 58,2% do volume total dos reservatórios, o melhor percentual dos últimos 10 anos. No mesmo mês de 2021, o subsistema estava com apenas 29,6% da capacidade.
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