Dois anos depois de ter sido iniciada a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, a Organização Mundial do Comércio vem dizer que as primeiras tarifas impostas pela administração de Donald Trump ignoraram as regras internacionais. Um painel de três especialistas concluiu que os EUA violaram as regras do comércio internacional, dando assim razão à China, que tinha alegado que sofreu discriminação, pois os norte-americanos EUA não trataram os restantes membros da OMC da mesma forma.
Esse caso não será de fácil solução, pois a administração Trump se utilizou de uma lei norte-americana dos anos 70, que dá poderes ao presidente para impor taxas aduaneiras a um país que adote práticas comerciais lesivas para os EUA. A administração de Trump alegou ainda que teve de avançar com tarifas para confrontar as violações de propriedade intelectual e transferência forçada de tecnologia por parte da China. De acordo com a Bloomberg, desde os anos 90 que os EUA deixaram de recorrer a esta lei nas disputas comerciais com outros países, optando antes por seguir as regras da OMC. Trump tem agora 60 dias para recorrer da decisão da OMC, mas o caso pode arrastar-se por mais tempo, pois a entidade que trata dos recursos da instituição está nesta altura paralisada, por iniciativa dos EUA.
Petróleo aperta Estados Árabes do Golfo
Quatro anos depois, um dos países mais ricos do mundo enfrenta uma crise devido à forte queda dos preços da energia, que está a levantar questões sobre a forma como os Estados Árabes do Golfo são geridos. Al-Saleh deixou o cargo há muito tempo, ocupando outras posições no governo. Mariam Al-Aqeel, sucedeu a Al-Salesh, propôs que o Kuwait deveria reestruturar os salários do setor público, o maior obstáculo às finanças do Estado. O seu substituto, Barak Al-Sheetan, alertou no mês passado que não havia dinheiro suficiente para o pagamento dos salários do setor público depois de outubro.
Os Estados do Golfo são lentos para ajustar os hábitos de grandes gastos à medida que caminham para um acerto de contas, e a estimular um novo debate sobre o futuro de países que durante décadas compraram lealdade popular com a generosidade do Estado. A Opep consegui impulsionar as cotações do petróleo depois da queda histórica este ano, mas o nível de US$ 40 ainda é muito baixo. A pandemia do coronavírus e a transição para a energia renovável ameaçam manter as cotações baixas.
A Arábia Saudita está restringindo benefícios e aumentando impostos. O Bahrein e Omã, onde as reservas são menos abundantes, estão a recorrer ao aumento do endividamento e a procurar apoio de vizinhos mais ricos. Os Emirados Árabes Unidos diversificaram com a ascensão de Dubai como um centro de logística e finanças. No Kuwait, no entanto, há um impasse entre o parlamento eleito e o governo cujo primeiro-ministro é nomeado pelo emir. Os parlamentares frustraram os planos de realocar subsídios do Estado e bloquearam propostas para emitir dívida.
O governo quase esgotou os seus ativos líquidos, ficando impossibilitado de cobrir um défice orçamental que deve atingir o equivalente a quase 46 mil milhões de dólares este ano.
Tem sido gradual o declínio do Kuwait que, na década de 1970, estava entre os estados do Golfo mais dinâmicos, com a sua herança empresarial e pessoas instruídas. Depois, o crash de 1982 num mercado acionista informal abalou a economia do Kuwait e coincidiu com a instabilidade da guerra Irão-Iraque de quase uma década, que embarcou numa onda de gastos para a reconstrução após a invasão de Saddam Hussein, que levou à Guerra do Golfo de 1991. O petróleo demorou anos para voltar a fluir livremente.
O Kuwait ainda depende dos hidrocarbonetos para gerar 90% da receita. O estado emprega 80% dos trabalhadores do país, que ganham mais do que os profissionais do setor privado. Os benefícios de habitação, combustível e alimentação podem totalizar US$ 2 mil mensais para uma família média. Salários e subsídios absorvem 75% dos gastos do estado, que pode registar um déficit pela sétima vez seguida desde a crise do petróleo em 2014.
O Kuwait, no entanto, tem muito dinheiro, guardado num fundo inquebrável, o quarto maior do mundo, com ativos de cerca de US$ 550 bilhões. Usar os recursos do Fundo para as Gerações Futuras, destinado a garantir a prosperidade depois do fim da era do petróleo, é uma proposta muitissimo complicada. Os opositores alertam, porém, que sem diversificar a economia e criar empregos, as poupanças seriam esgotadas em 15 a 20 anos.
Credit Suisse eleva preço da Klabin
O Credit Suisse elevou o preço-alvo para Klabin de R$ 21,5 para R$ 26,5 por ação, mas manteve a recomendação neutra para a empresa, pois a ação opera com o múltiplo de 9 vezes EV (Valor da empresa)/Ebitda em 2021, enquanto a média histórica é de 8 a 8,5 vezes. O aumento do preço-alvo se deve principalmente aos menores custos de produção. O banco está cauteloso sobre o papel porque os investimentos no projeto Puma II devem causar geração de fluxo de caixa livre negativa em 2021 e 2022, além de pressionar a alavancagem. Em relatório, afirmou que incorporou os resultados do segundo trimestre a seu modelo e reduziu a previsão de capex em 8% em 2020 para R$ 4,8 bilhões. Em conferência, a Klabin disse que a demanda por embalagens de alimentos aumentou durante a pandemia. A empresa também notou muitos entrantes no e-commerce, que depois estimularam a demanda por embalagens de papel. A empresa acredita que parte desta demanda deve voltar ao normal, mas até certo ponto a pandemia deve resultar em mudanças estruturais positivas na demanda, principalmente no e-commerce. Além disso, a Klabin espera o início da operação de Puma II em junho ou julho de 2021.
Petrobras corta plano de investimentos
A Petrobras anunciou uma redução nos seus planos de investimentos para o período de 2021 a 2025. Segundo a estatal, as aplicações ficará entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões.