“O anúncio de Donald Trump sobre a criação de tarifas recíprocas para países que impõem taxas de importação sobre produtos dos EUA, como o etanol brasileiro, reforça a sua estratégia de reduzir os déficits comerciais e implementar o ‘American first’. Porém, a medida acirra ainda mais a tensão comercial, especialmente entre os membros do Brics, ameaçados de taxas de até 100% e que já vêm enfrentam desafios relacionados à competitividade e ao uso do dólar. A opinião é de André Matos, CEO da MA7 Negócios.
Para ele, “impacto das tarifas poderá desestabilizar ainda mais as economias emergentes, como o Brasil, elevando o valor do dólar e prejudicando a balança comercial. Além disso, esse movimento pode levar o FED a subir os juros, o que agravaria a fuga de capitais para os EUA e afetaria a estabilidade econômica global.”
Segundo Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, “as tarifas recíprocas propostas por Donald Trump podem impactar o comércio internacional, afetando setores estratégicos do Brasil, como siderurgia, agronegócio e manufatura.”
“Com a possível queda nas exportações e menor entrada de dólares, espera-se pressão sobre o câmbio, com desvalorização do real e aumento da inflação. O mercado reage com cautela, ajustando expectativas econômicas. O Brasil deve buscar diálogo diplomático e diversificação comercial para reduzir os riscos desse cenário protecionista.”
E para João Kepler, CEO da Equity Fund Group, “Trump implementou tarifas recíprocas contra países que impõem taxas de importação sobre produtos dos EUA, como o etanol brasileiro. Com a possibilidade de uma guerra comercial em grande escala, a inflação global tende a aumentar, especialmente nos EUA.”
“Isso pode dificultar ainda mais o trabalho do Fed em atingir sua meta de inflação de 2%, já que a elevação dos custos de insumos básicos tende a pressionar os preços, forçando o banco central a adotar uma postura mais cautelosa e a realizar novos aumentos de juros. Para o Brasil, essa situação pode resultar em uma valorização do dólar e na desestabilização das relações comerciais, prejudicando a competitividade das exportações e afetando o fluxo de capitais internacionais. O aumento das taxas de juros nos EUA atrai investidores para os títulos públicos americanos, valorizando o dólar frente a outras moedas e criando um cenário de instabilidade para economias emergentes como a brasileira”.
Trump também anunciou taxação de 25% sobre importações de aço e alumínio. Em 2022, 49% do aço exportado pelo Brasil foram para o mercado dos EUA, que são o nosso maior comprador.
Para o senador Carlos Viana (Podemos-MG), com taxação dos EUA, aço e alumínio terão outros mercados.
Com informações da Agência Senado
Leia também:
-
Equador diz ‘Não’ a bases militares estrangeiras
Consulta popular derrota as 4 propostas feitas pelo presidente do Equador, rechaçando bases militares dos EUA e Constituinte.
-
Brasil e Paraguai avançam diálogo sobre Itaipu
Brasil e Paraguai decidiram retomar, na primeira quinzena de dezembro, as negociações sobre a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, conforme o Entendimento Bilateral firmado em abril de 2024. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (17) em nota conjunta divulgada após reunião entre os chanceleres Mauro Vieira e Rubén Ramírez Lezcano.
-
Esquerda chilena tem maioria de votos e vai para segundo turno
Jara busca apoio de candidatos derrotados enquanto Kast une a direita; esquerda lidera Congresso e acirra polarização no Chile.
-
Na disputa geopolítica entre 2 grandes potências, América Latina deve adotar cautela
Pressão dos EUA diante de avanço da presença da China na América Latina exige cautela, analisa acadêmico do Uruguai. Por Andrea Penna.
-
ONU e União Europeia alertam para aceleração da anexação israelense na Cisjordânia
ONU e UE cobram que Israel contenha violência de colonos e suspenda ações de anexação e o deslocamento de palestinos na Cisjordânia
-
Valorização do ouro aumenta reservas da Rússia
O ouro agora representa 41,3% das reservas internacionais da Rússia, com alta de US$ 92 bi em 12 meses.





















