Taxa de analfabetismo no Brasil cai para 5,3%

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Analfabetismo (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
Analfabetismo (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

Em 2024, o Brasil tinha 9,1 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade analfabetas, correspondendo a uma taxa de analfabetismo de 5,3%, a menor da série histórica iniciada em 2016. Essa taxa recuou de 6,7%, em 2016, para 5,4%, em 2023 e para 5,3%, em 2024. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A região Nordeste apresenta o percentual mais elevado de pessoas que não sabem ler e escrever, aponta o órgão de pesquisa — 11,1%. O Norte aparece em seguida, com 6%. As menores taxas foram observadas no Centro-Oeste (3,3%), Sudeste (2,8%) e Sul (2,7%).

A proporção de pessoas de 25 anos ou mais de idade que terminaram a educação básica obrigatória no país (pelo menos o ensino médio) chegou a 56,0% em 2024, maior percentual da série iniciada em 2016 (46,2%). A proporção de pessoas com nível superior completo subiu de 19,7% para 20,5%, no mesmo período, seu nível mais alto da série histórica.

Em 2024, a média de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais de idade no Brasil chegou a 10,1 anos, a mais alta da série. Em 2023, essa média era de 9,9 anos e, em 2016, de 9,1 anos.

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A escolaridade média das mulheres (10,3 anos) continua superior à dos homens (9,9 anos). As pessoas brancas alcançaram 11,0 anos de estudo e as pessoas pretas ou pardas, 9,4 anos.

Entre as crianças de 6 a 14 anos de idade, 99,5% estão na escola, praticamente a mesma taxa de 2016 (99,2%) e já na universalização. No entanto, entre os jovens de 15 a 17 anos, a taxa foi de 93,4%, abaixo do previsto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Em 2024, 94,5% das crianças de 6 a 14 anos cursavam o ensino fundamental, etapa escolar ideal para essa faixa etária. Foi a menor taxa da série histórica, com leve retrocesso frente a 2023 (94,6%) e novamente abaixo da meta (95,0%) prevista no Plano Nacional de Educação (PNE).

Entre os jovens de 14 a 29 anos do país, 8,7 milhões não haviam completado o ensino médio em 2024, por terem abandonado a escola sem concluir essa etapa ou por nunca a terem frequentado. Em 2023, esse contingente era de 9,3 milhões e em 2019, chegava a 11,4 milhões.

Em 2024, entre as pessoas com 15 a 29 anos de idade no país, 18,5% não estavam ocupadas, nem estudavam ou se qualificavam. Em 2023, esse percentual era 19,8% e, em 2019, de 22,4%.

Em 2024, entre todas pessoas do país que, pelo menos, frequentaram um curso de nível superior (completando ou não), 72,6% tinham cursado o nível médio exclusivamente na rede pública, e entre aqueles que, pelo menos, frequentaram especialização, mestrado ou doutorado, 59,3% haviam cursado o nível médio inteiramente em escolas públicas.

Em 2024, havia 5,1 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais no país, o que corresponde a uma taxa de 14,9% para esse grupo etário. Entre os grupos mais jovens, os percentuais diminuem progressivamente: 9,1% entre as pessoas com 40 anos ou mais, 6,3% entre aquelas com 25 anos ou mais e 5,3% na população com 15 anos ou mais.

Analfabetismo no Brasil ainda está fortemente associado à idade. Em 2024, 5,1 milhões de analfabetos tinham 60 anos ou mais, o que equivale a uma taxa de 14,9% nesse grupo. Entre os mais jovens, os percentuais diminuem progressivamente: 9,1% entre as pessoas com 40 anos ou mais, 6,3% entre aquelas com 25 anos ou mais, e 5,3% na população com 15 anos ou mais.

A desigualdade de gênero também aparece nos dados. A taxa de analfabetismo entre mulheres de 15 anos ou mais foi de 5,0%, enquanto entre os homens foi de 5,6%. Entre os idosos, o percentual de mulheres analfabetas (15,0%) superou levemente o dos homens (14,7%). Para o instituto, “apesar da leve oscilação, essa diferença segue como uma das menores da série histórica, indicando uma tendência de equilíbrio entre os sexos”.

A análise por cor ou raça escancara desigualdades educacionais. Entre as pessoas de 15 anos ou mais, 3,1% dos brancos eram analfabetos, enquanto a taxa foi de 6,9% entre pretos ou pardos. A disparidade é ainda mais acentuada entre os idosos: 21,8% das pessoas pretas ou pardas com 60 anos ou mais não sabiam ler nem escrever, frente a 8,1% dos brancos. Mesmo com uma queda de 0,9 p.p. entre os idosos pretos ou pardos em relação a 2023, “a taxa permanece quase três vezes superior à observada entre pessoas brancas da mesma faixa etária, evidenciando um legado estrutural de exclusão educacional”, destaca o IBGE,

Disparidade entre brancos e pretos se mantém. “63,4% das pessoas de cor branca haviam concluído o ciclo básico educacional, contra 50,0% das pessoas de cor preta ou parda, resultando em uma diferença de 13,4 p.p. entre esses grupos”, aponta a pesquisa. O número é praticamente o mesmo de 2023, quando a diferença era de 13,5 pontos percentuais.

O número médio de anos de estudo da população com 25 anos ou mais foi de 10,1 em 2024, frente a 9,9 em 2023. As mulheres seguem com maior escolaridade média (10,3 anos) do que os homens (9,9 anos). A diferença por raça ou cor também persiste: pessoas brancas alcançaram 11 anos de estudo, enquanto pretas ou pardas atingiram 9,4 anos. A desigualdade, embora ainda significativa, caiu em relação a 2023, quando era de 2 anos.

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