Taxa de desemprego subiu para 6,5% no trimestre encerrado em janeiro

Segundo IBGE, número está aquém do observado em igual período do ano passado; para Sebrae, geração de empregos em pequenos negócios cresceu 3,41% em 2024

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Carteira de trabalho (Foto: Wilson Dias/ABr)
Carteira de trabalho (Foto: Wilson Dias/ABr)

A Pesquisa Nacional pro Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de novembro de 2024 a janeiro de 2025, divulgada hoje pelo IBGE, mostrou que a taxa de desocupação no Brasil chegou a 6,5%, aumentando 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2024 (6,2%). Trata-se da segunda variação positiva em sequência, após o menor nível de desocupação da série histórica registrado no trimestre móvel de setembro a novembro (6,1%). Já a taxa de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada) ficou em 15,5%, resultado considerado estável na comparação trimestral (15,4%).

Cerca de 7,2 milhões de pessoas estavam desocupadas no país, de novembro de 2024 a janeiro de 2025. Frente ao trimestre móvel anterior (agosto a outubro), houve aumento de 5,3%, o que corresponde a mais 364 mil indivíduos sem ocupação. Por outro lado, no confronto com igual trimestre do ano anterior, quando existiam 8,3 milhões de pessoas desocupadas, houve recuo de 13,1%, uma redução de 1,1 milhão de pessoas desocupadas na força de trabalho.

A quantidade de pessoas ocupadas ao final do trimestre que terminou em janeiro deste ano era de aproximadamente 103 milhões. Isso significa uma diminuição de 0,6%, ou seja, menos 641 mil pessoas em relação ao trimestre anterior. Comparando com novembro de 2023 a janeiro de 2024, quando havia no Brasil 100,6 milhões de pessoas ocupadas, ocorreu alta de 2,4% (mais 2,4 milhões de pessoas). O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), por sua vez, atingiu 58,2%, redução de 0,5 ponto percentual ante o trimestre de agosto a outubro de 2024 (58,7%). Confrontado ao mesmo trimestre do ano anterior (57,3%), esse indicador teve variação positiva de 0,9 p.p.

“A taxa de desocupação para este trimestre, de 6,5%, foi menor do que em 2024 no mesmo trimestre (7,6%), ou seja, houve grande evolução. No entanto, a variação de 0,3 pontos percentuais em relação ao trimestre terminado em outubro do ano passado foi a maior desde 2017 (0,8 p.p.), igualando 2019. Quanto à estabilidade da taxa composta de subutilização da força de trabalho, o resultado mostra que o aumento dos desocupados foi compensado pela redução do estoque de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, que diminuiu 8,3%”, destaca William Kratochwill, analista da pesquisa.

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A taxa de informalidade (proporção de trabalhadores informais na população ocupada) foi de 38,3%, equivalente a 39,5 milhões de trabalhadores informais. Esse índice foi inferior ao verificado tanto no trimestre móvel anterior (38,9%) como no mesmo trimestre de 2024 (39%). A queda na informalidade é consequência da redução do contingente de trabalhadores sem carteira assinada (13,9 milhões), acompanhada da estabilidade do número de trabalhadores por conta própria (25,8 milhões) nas comparações trimestral e anual. Por outro lado, o contingente de ocupados no setor privado com carteira (39,3 milhões) ficou estável na comparação trimestral e cresceu 3,6% frente ao mesmo trimestre do ano anterior.

Nenhum dos 10 grupamentos de atividade investigados pela Pnad Contínua do IBGE registrou crescimento na ocupação frente ao trimestre móvel anterior (agosto a outubro de 2024). Dois deles apresentaram redução: administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,5%, ou menos 469 mil pessoas) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (2,1%, ou menos 170 mil pessoas).

“Os dados mostram que no início de cada ano há um movimento de desligamentos na administração pública, saúde e educação, e mesmo com a redução de 2,5% em relação ao trimestre anterior, esse grupo está 2,9% maior do que no mesmo trimestre do ano anterior. O contingente de trabalhadores na agricultura também apresentou redução, e apesar de se manter no nível do ano anterior, o volume de trabalho nesse grupamento vem se reduzindo ao longo dos anos. Neste mesmo trimestre de 2013, por exemplo, havia 10,1 milhões de trabalhadores, e hoje temos cerca de 7,7 milhões”, observa William.

Em relação ao trimestre de novembro de 2023 a janeiro de 2024, cinco grupamentos aumentaram seu contingente de trabalhadores: indústria geral (2,7%, ou mais 355 mil pessoas), construção (3,3%, ou mais 246 mil pessoas), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,4%, ou mais 654 mil pessoas), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (2,9%, ou mais 373 mil pessoas) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,9%, ou mais 523 mil pessoas). Os demais não tiveram variação significativa.

O rendimento real habitual de todos os trabalhos chegou a R$ 3.343 no trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025, crescimento de 1,4% em relação ao trimestre encerrado em outubro e de 3,7% quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior. Já a massa de rendimento real habitual (a soma das remunerações de todos os trabalhadores) atingiu R$ 339,5 bilhões, ficando estável no trimestre e crescendo 6,2% (mais R$ 19,9 bilhões) no ano.

Segundo William Kratochwill, “o movimento da massa de rendimento real pode ser explicado pela variação do volume de trabalhadores ocupados ou pela variação salarial. Neste trimestre, a população aumentou em 2,4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, um aumento superior a 2 milhões de pessoas ocupadas. Esse crescimento explica, em parte, o aumento da massa de rendimento em 6,2%, alcançando R$ 339,5 bilhões. No entanto, ao observamos a variação em relação ao trimestre anterior, a população ocupada diminuiu em 0,6%, ou seja, existiam menos 641 mil trabalhadores ocupados e, ainda assim, a massa de rendimento permaneceu estatisticamente estável”.

Já de acordo com análise do Sebrae a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a criação de postos de trabalho nas micro e pequenas empresas (MPEs) cresceu 3,41% em 2024 na comparação com 2023. No acumulado do ano passado, os pequenos negócios responderam por 1.222.972 empregos, contra 1.182.632 no mesmo período de 2023.

Do universo de 1.693.673 empregos gerados no conjunto da economia em 2024, as MPEs responderam por sete em cada 10 vagas.

“Esse avanço é reflexo das políticas econômicas lideradas pelo presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin que fortalecem nosso mercado de trabalho e impulsionam o empreendedorismo”, comenta o presidente do Sebrae, Décio Lima. “O empreendedorismo agora é política de Estado e isso fica claro nos números do emprego. Em 2025, vamos comemorar a criação de novos postos de trabalho, com mais geração de renda e desenvolvimento”, completa.

Com informações da Agência de Notícias IBGE

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