Taxa de juros dos EUA se mantém, mas deve subir em março

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Sede do Federal Reserve em Washington (Foto: Joshua Roberts/Ag. Xinhua)
Sede do Federal Reserve em Washington (Foto: Joshua Roberts/Ag. Xinhua)

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed), Banco Central dos EUA, anunciou nesta quarta-feira, manter a taxa de juros no intervalo entre 0,25% após reunião de dois dias. Por outro lado, o Fomc sinalizou que a taxa será em breve elevada, provavelmente em março.

Sobre a decisão, Andrey Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance, comentou que o anúncio do Fed não veio nada diferente do esperado. “Manteve juros inalterados e programa quantitativo termina em março. Mensagem inicial é favorável”, comentou.
Segundo Nousi, a expectativa ainda é de subir juros em março. O anúncio é mais positivo ainda para empresas de crescimento, notadamente as empresas de tecnologia que dominam o índice
A Nasdaq subiu 0.7% logo no momento do anúncio. Andrey Nousi faz uma tradução para decisão: “Isso se dá, pois o Fed agindo como previsto, dá mais conforto para os investidores que precisam de previsibilidade para terem confiança em suas decisões. Então o Fed agindo como o esperado, mostra que os riscos de inflação estão sendo devidamente acompanhados pelos membros do Fed. E é mais positivo ainda para empresas de crescimento, pois essas são mais suscetíveis a mudanças de juros”, Na opinião dele, a decisão é considerada Dovish, pois não aumentaram juros ou terminaram o QE antes do esperado e sem menção de 2 aumentos de uma vez.

Criptomoeda

Nousi explica que a manutenção da taxa, em geral, foi positivo para o Bitcoin, que chegou a subir 3,5% com o anúncio, mas 20 minutos depois devolveu toda a alta, bem como S&P 500 e Nasdaq. Mercado bem errático nesse pós-reunião.
A leitura do economista João Beck, sócio da BRA, sobre a reunião do Fed é que em março há grandes chances de iniciar um processo de alta de juros. “Não há informação nova além do que já vinha sendo sinalizado nas últimas semanas”.
Para Beck, teremos menos liquidez ao longo do ano e isso deve pesar nos mercados. Em outras ocasiões de ciclo de alta de juros, mercados performaram americanos performaram bem. Mas dessa vez a inflação ameaça de forma mais forte e já vemos alguns sinais de desaceleração da atividade econômica nos EUA (vide auxílio desemprego).
“Parte pode ser atribuída a Ômicron, mas já existe a percepção que parte da desaceleração pode ser uma maturação natural do ciclo econômico e que ainda deve piorar com a retirada de estímulos e alta da taxa de juros do Fed”.

Brasil

“No Brasil, vimos um IPCA-15 acima das expectativas, com média dos núcleos elevada em 0,9% e a sinalização do Fed (esperado) sobre o aumento de juros. Mesmo assim, mercado de DI´s conseguiu ter um dia de alívio porque os traders têm uma visão pro futuro de desaceleração – atividade fraca e política fiscal e monetária contracionistas porque o primeiro trimestre é carregado de reajustes”, analisa.
Segundo o economista, a calma nos mercados de DI também veio da arrecadação federal em dezembro de R$ 194bi. Em janeiro, deve ultrapassar R$200bi e vamos começar o ano com mais um superávit fiscal acima das expectativas. “O fluxo em Bolsa ainda é resultado da forte entrada de investidor estrangeiro na sequência do que temos visto nas últimas semanas e que agora começa a mostrar uma entrada institucional brasileira ainda tímida, mas positiva”, acrescenta.

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