Em 2022, foram registrados 405,6 mil nascimentos de empresas empregadoras, o maior valor desde 2017. Com isso, a taxa de nascimento, proporção em relação ao total de empresas empregadoras, alcançou 15,3%, maior percentual desde 2017 (10,9%) e segundo ano seguido de crescimento, após queda de 12,8% para 10,7% entre 2019 e 2020. Em 2021, a taxa de nascimentos foi de 13,8%.
As empresas empregadoras que nasceram contrataram aproximadamente 1,7 milhão de assalariados, cuja taxa de participação passou de 4,0% em 2021 para 4,6% em 2022, também a maior proporção desde 2017 (3,3%), após ter caído a 3,0% em 2020. Estas informações são do estudo “Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo”, divulgado hoje pelo IBGE.
Em 2022, o país tinha 7,9 milhões de empresas ativas, das quais 2,6 milhões se encontravam na condição de empregadoras. Elas empregavam 40,5 milhões de pessoas, sendo 36,5 milhões como assalariadas. Os salários e outras remunerações pagos somaram R$ 1,4 trilhão, com um salário médio mensal de 2,6 salários mínimos, o equivalente a R$ 3.108,66.
A atividade que mais contribuiu para o nascimento de empresas empregadoras foi comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas, que representou 39,4% dos nascimentos, sendo responsável também pela maior parcela de empresas empregadoras ativas, 42,7%. A seção alojamento e alimentação aparece em segundo lugar no conjunto de nascimentos (9,9%), mas em terceiro nas empresas ativas, 8,0%. Por fim, as indústrias de transformação foram responsáveis pelo terceiro maior quantitativo de nascimentos, 8,7%, e o segundo maior quantitativo de empresas ativas, 11,2%.
Também cabe ressaltar as seções construção; artes, cultura, esporte e recreação; e outras atividades de serviços, com as maiores taxas de nascimento, 22,2%, 21,2% e 19,5%, respectivamente. As menores taxas de nascimento foram observadas em outras seções (7,3%) e eletricidade e gás (8,4%).
Considerando as empresas empregadoras que nasceram em 2022, as cinco seções que se destacam por apresentar os maiores percentuais de pessoal ocupado assalariado são: comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (27,8%); atividades administrativas e serviços complementares (13,8%); alojamento e alimentação (10,8%); indústrias de transformação (10,6%); e construção (10,2%).
“O perfil das empresas que nasceram em 2022 é muito semelhante ao estoque de empresas já existentes, levando em conta as principais atividades econômicas”, ressaltou Thiego Ferreira, gerente da Análise e Disseminação da pesquisa.
Em 2022, 92,7% das empresas empregadoras que nasceram tinham de uma a nove pessoas assalariadas, mostrando predomínio das empresas de menor porte, enquanto 6,6% tinham de 10 a 49 e 0,7%, 50 ou mais. Em relação à taxa de nascimento, as empresas de menor porte evidenciaram um maior dinamismo em relação às demais, com uma taxa de nascimento de 17,6%, enquanto as demais apresentaram 6,2% e 3,5%, respectivamente.
A morte de empresa empregadora é um evento caracterizado pelo encerramento da atividade de empresas empregadoras ou interrupção de pelo menos 24 meses após o ano de referência; como também pela perda dos empregados, ainda que essas empresas constem como ativas nos cadastros, por pelo menos 24 meses após o ano de referência. Para a análise deste evento é necessária a observação de, pelo menos, dois anos após o ano de referência. Portanto, as mortes evidenciadas com dados de 2022 se referem ao ano de 2020.
No estudo de 2022, foram identificadas 210,7 mil mortes de empresas empregadoras no ano de 2020. Com isso, a taxa de mortes ficou em 9,0%, menor percentual desde 2015 (12,2%). Essas empresas contavam com aproximadamente 774,0 mil assalariados, o que correspondia a 2,4% do total de assalariados no ano de referência.
As empresas empregadoras de menor porte (um a nove assalariados) eram responsáveis por 62,5% do pessoal ocupado total das empresas mortas, 50,7% dos assalariados e pagavam 46,6% da massa salarial. Enquanto isso, as empresas com 10 a 49 pessoas assalariadas ocupavam 17,4% do pessoal total, 22,1% do pessoal assalariado, e pagavam 21,6% dos salários. Já as empresas com 50 ou mais assalariados empregavam 20,1% e 27,2%, respectivamente, e pagavam 31,7% dos salários.
Das empresas empregadoras que nasceram em 2017, 76,2% sobreviveram em 2018, 59,6% em 2019, 49,4% em 2020, 42,3% em 2021, e apenas 37,3% sobreviveram em 2022. O percentual de sobreviventes no primeiro ano de sobrevivência apresenta um movimento crescente desde 2018, quando houve uma queda de 1,8 p.p. em relação à 2017. Assim, 74,4% das empresas nascidas em 2018 sobreviveram em 2019, enquanto 79,6% das empresas nascidas em 2021 sobreviveram em 2022. Já partir do segundo ano de sobrevivência, o percentual vem crescendo desde o ano inicial de observação.
Considerando as empresas que nasceram em 2017, a seção de eletricidade e gás apresentou a maior taxa de sobrevivência (89,1%) após um ano e 58,0% após cinco anos, enquanto a de construção apresentou a menor, 66,1% e 26,2% para o mesmo período, o que representa uma diferença de 31,8 p.p.
Em termos regionais, as 2,6 milhões de empresas empregadoras ativas tinham 3,0 milhões de unidades locais também ativas, das quais 46,8% estavam localizadas na Região Sudeste; 21,6%, na Região Sul; 17,1%, na Região Nordeste; 9,7%, na Região Centro-Oeste; e 4,9%, na Região Norte.
Em termos de unidade da Federação, São Paulo apresentou a maior concentração de nascimentos de unidades locais (24,8%), seguido de Minas Gerais (11,1%) e Paraná (7,7%). As menores concentrações foram observadas na Região Norte: Acre, Amapá e Roraima, todas com 0,3%.
Já em relação à taxa de nascimento, proporção em relação ao total de unidades locais empregadoras da Unidade da Federação, as maiores taxas ocorreram em estados da Região Norte: Roraima (21,8%), Amapá (21,1%) e Amazonas (19,5%). Em contrapartida, as menores taxas foram registradas na Região Sul: Rio Grande do Sul (12,3%) e Santa Catarina (13,8%); e Região Sudeste: São Paulo (14,1%).
Existiam 70.032 empresas de alto crescimento, as quais ocuparam 8,0 milhões de pessoas assalariadas e pagaram R$ 317,4 bilhões em salários e outras remunerações, com um salário médio mensal de 2,8 salários mínimos. Comparando-se com o total das empresas empregadoras, as de alto crescimento representaram um quantitativo equivalente a 2,6%, enquanto aquelas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas representaram 19,2% do total.
Entre 2019 e 2022, o conjunto das empresas empregadoras apresentou uma taxa de crescimento do pessoal ocupado assalariado de 20,6%, com um saldo de 6,2 milhões de novos postos de trabalho. Já nas empresas com 1 a 9 pessoas assalariadas, foi 11,9%, com um saldo de 703,1 mil. Nas empresas com 10 ou mais pessoas assalariadas (exceto aquelas de alto crescimento), situou-se em 7,6%, com um saldo de 1,5 milhão. Nas empresas de alto crescimento, por sua vez, alcançou 100%, resultando em 4,0 milhões de novos postos de trabalho assalariado. As empresas de alto crescimento apresentaram tamanho médio elevado: 114,2 empregados e, portanto, quase o dobro da média de 58,8 observada naquelas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas.
Com informações da Agência IBGE de Notícias
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