Tecnologia inédita despolui e recupera lago de 298 km² na China

20º aniversário do conceito ‘águas limpas e montanhas verdes são tão valiosas quanto montanhas de ouro e prata’.

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Despoluição de lago na China
Despoluição de lago na China (foto de Andrea Penna)

Dianchi, o sexto maior lago da China, era um dos mais poluídos. Foi classificado em 2009 como “pior que grau 5”, tal a gravidade. Agora, o desenvolvimento de equipamentos e processos tecnológicos inéditos propicia água própria para uso humano, a prática da pesca voltou, há produção de fertilizantes ecológicos a partir das algas que “afogavam|” o lago, e suas águas tornaram-se um dos pontos turísticos na província de Yunnan, com pistas de ciclismo e atividades para crianças ao seu redor, em seus cerca de 40 km de comprimento e em média, 7 km de largura. A experiencia já foi replicada em diversos outros lagos do país.

O difícil equilíbrio entre ecologia e desenvolvimento era o desafio da China Communication Construction, o grupo CCCC, que aliou inovação tecnológica e seguiu a orientação do governo de “proteção integrada e gestão sistemática de montanhas, rios, florestas, terras agrícolas, lagos, pastagens e desertos”.

Dirigentes da empresa e engenheiros envolvidos na purificação do lago receberam um grupo de jornalistas latino-americanos que participavam do Fórum de Cooperação Midiática do Cinturão e Rota. Eles explicaram que a empresa já exporta a tecnologia para países que estão nesta Nova Rota da Seda.

Eles acrescentaram que sua gestão científica acumulou experiências que são “ao mesmo tempo, específicas e universalmente aplicáveis, aprofundando a cooperação com os países ao longo de sua rota e injetando, de forma concreta, a sabedoria chinesa na proteção ecológica global, oferecendo uma solução para o desenvolvimento verde e sustentável”.

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Despoluição de lagos na China

Recuperação através de gestão ecológica

O lago Dianchi fica a quase 2 mil metros de altitude, e a escolha para despoluir levou em conta também que lagos em planalto são mais frágeis do ponto de vista geológico, por apresentar baixa temperatura média anual, baixa mobilidade da água, longo ciclo de renovação da água, fraca resistência do ecossistema a perturbações, poucas espécies de animais e grande dificuldade de recuperação após danos.

Todos estes obstáculos fazem da experiência, “o campo principal de batalha” das gestões dos lagos de planalto na China. Os dirigentes explicaram que as causas da poluição advieram do desenvolvimento urbano e também de atividades agrícolas.

O uso do controle ecológico das algas, aumentando a transparência da água de 80cm para 122cm, tornou outro corpo hídrico, o Yulong, o primeiro caso no país de lago de planalto restaurado por meio de gestão ecológica.

À moda chinesa, os dirigentes explicam que ao longo de décadas foi construído um sistema completo de gestão baseado em “conceito como alma, inovação de modelo como pulso, suporte técnico como ossos e verificação por casos como base”, formando assim, a experiência chinesa. Este é o 20º aniversário do conceito “águas limpas e montanhas verdes são tão valiosas quanto montanhas de ouro e prata”.

Sistema de despoluição de lago na China

Cinco núcleos do modelo 4.0 de despoluição

Entre 2018 e 2023, a CCCC implementou o Modelo 3.0, fazendo com que o controle de poluição e a recuperação ecológica avançassem juntos. Este modelo não apenas melhorou rapidamente a qualidade da água do lago Baiyangdian, localizado na Nova Área Xiong’an de Baoding, na província de Hebei, como também aumentou significativamente a biodiversidade aquática em um curto período.

O modelo 4.0, iniciado em 2024 e presente até o momento, lidera a gestão de lagos rumo a uma nova era “inteligente, verde e sustentável”, integrando cinco núcleos: controle da fonte e interceptação da poluição; gestão de fontes internas; tratamento combinado de sedimentos e água; restauração ecológica; e inteligência verde. Este modelo transforma o controle manual num controle inteligente, e “de um tratamento de engenharia”, para uma “operação e manutenção de longo prazo”.

A restauração ecológica inclui melhoria do ambiente no fundo do solo do lago, plantio de plantas submersas e emergentes e recuperação das margens.

Motivo de grande orgulho dos profissionais deste imenso projeto, a plataforma integrada inteligente de dragagem ecológica “Estrela do lago Tai” é a primeira do mundo. Integrando funções de dragagem ecológica e solidificação de lodo, pode processar 5 mil metros cúbicos de lodo por dia, com uma eficiência de dragagem até três vezes maior que a de navios de dragagem convencionais.

Além deste, a CCCC conta com inúmeros outros equipamentos inéditos, já em uso e com parcerias firmadas com diversos países.

Por Andrea Penna, especial para o Monitor

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