O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), anunciou toque de recolher em todo o estado entre 19h e 6h. Esta é uma das medidas para tentar conter a disseminação do coronavírus em meio ao caos que tomou conta de Manaus.
Por falta de oxigênio nos hospitais, o governo estadual começou a transferir pacientes para o Distrito Federal, Goiás, Piauí, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte. A administração estadual recorreu à Justiça para que a empresa White Martins seja obrigada a fornecer todo o oxigênio hospitalar de que a rede pública de saúde do estado precisar.
“Há uma dificuldade em conseguir avião que possa carregar oxigênio para Manaus, e o Ministério [da Saúde] negocia um avião americano pra isso”, escreveu o deputado federal pelo Amazonas Marcelo Ramos no Twitter.
Na segunda-feira, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, esteve em Manaus e se encontrou com prefeito da cidade, David Almeida (Avante), e com o governador Wilson Lima. Ele insistiu no uso de remédios comprados em larga escala pelo Governo Bolsonaro, como a cloroquina e a ivermectina, que não têm eficácia contra a Covid, como demonstram as pesquisas. Em documento enviado à Secretaria de Saúde de Manaus, o Ministério tratou como “inadmissível” a não utilização desses remédios.
“Estamos decretando o fechamento das atividades de circulação de pessoas entre 19h e 6h da manhã, exceto de atividades e transporte de produtos essenciais à vida”, informou o governador nas redes sociais. O toque de recolher não atinge quem trabalha em atividades estratégicas e essenciais.
A demanda por oxigênio em estabelecimentos hospitalares públicos de saúde do Amazonas nesta quarta-feira superou em mais de 11 vezes a média diária de consumo da terça-feira. Os hospitais particulares também já enfrentam dificuldades de abastecimento.
O Amazonas contabilizava, até a tarde de quarta-feira, 219.544 casos confirmados da Covid-19 e 5.879 óbitos, com 540 pacientes internados com a suspeita de terem sido infectados pelo novo coronavírus.
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