Temer: Bolsonaro seria herói se centralizasse ações contra a pandemia

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Michel_Temer_saida_Foto_ABr
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O ex-presidente da República Michel Temer disse que Jair Bolsonaro teria virado herói se tivesse centralizado as ações para o combate à pandemia. A declaração foi feita ontem em reunião virtual com dirigentes da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).

Temer disse que teria liderado medidas integradas junto aos estados e municípios brasileiros. Para ele, o equilíbrio entre saúde e economia seria mais efetivo se o país tivesse passado por lockdown (confinamento) radical no início das implementações das medidas restritivas.

“Que o país parasse por 20 dias, retomasse a economia gradativamente e que se buscasse todas as vacinas que fossem possíveis. Ao que parece, estas medidas deram resultados em muitos outros países e, por isso, precisaria ter sido testada por aqui”.

Temer ressaltou ainda que o atual abre e fecha do comércio não está controlando a economia e ainda está causando a falência de empresários e muito desemprego.

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“Ainda dá tempo de se tentar algo diferente”, completou.

Em meio à atual crise política que está instalada no Brasil, Temer afirmou não acreditar que Jair Bolsonaro tenha apoio para um golpe de Estado, pois não poderia contar com um movimento das Forças Armadas que apontasse para esse sentido.

“Eu conheço bem as lideranças do Exército, Marinha e Aeronáutica e nunca houve nenhum ato ou insinuação em prol da ruptura da Constituição”.

O ex-presidente declarou que não é a favor da instalação da CPI da Covid no Senado, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas que o presidente Jair Bolsonaro não deveria partir para o embate político.

“CPI é apenas uma investigação em que a conclusão é encaminhada ao Ministério Público. Deixe ser instalada, porque ir ao embate vai acabar sendo pior para ele”. Temer mostra-se ainda contrário ao impeachment do presidente Bolsonaro neste momento.

“Discussão neste sentido enfraquece o país, gera instabilidade e tira o foco do nosso principal problema que é o de combater a pandemia”.

No mesmo evento, Temer disse achar injusto quando alguém insinua que Dilma Rousseff era corrupta. “Eu convivi seis anos com ela e em nenhum momento Dilma fez qualquer gesto de corrupção; e eu faço questão de dizer isso porque no Brasil temos a mania de pensar que sempre o atual presidente quer destruir a reputação de seu antecessor”, afirmou, deixando claro que jamais fez ou faria isso. Apesar disso, Temer fez críticas ao dizer que assumiu o governo com o Produto Interno Bruto (PIB) negativo (de -3,6%), “dificuldade econômica política e institucional extraordinária” e que Dilma perdeu a mão em meio a seu mandato. Estas foram as motivações de seu impeachment.

“Quem derruba presidente é o povo e não o Congresso”, afirmou.

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