O mercado interno amanhece nessa segunda-feira com os olhos no IPCA-15 de agosto, bem como outros indicadores de inflação, porém correndo o risco de serem deixados em segundo plano devido à expectativa de piora das contas públicas com as eleições de 2022 e em relação à crise de confiança após o presidente Jair Bolsonaro entrar com um pedido de impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes, e avisar que fará o mesmo com o ministro Luís Roberto Barroso. Governadores de pelo menos 24 estados farão uma reunião nesta manhã, sendo o maior encontro de chefes de Executivos estaduais desde maio de 2019. Com o exterior de bom humor, deverá servir de contraponto para a desconfiança interna, porém os holofotes estão voltados para o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que irá se reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para um almoço em meio ao receio do mercado frente à piora fiscal e crise político-institucional. Outro ponto de atenção é a informação de que Bruno Funchal, secretário especial de Tesouro e Orçamento, confirmou na sexta-feira que há condições para a revisão da meta fiscal de 2022 por parte do governo. Uma notícia que poderá ser bem vista pelo mercado é a de que o presidente Jair Bolsonaro recuou da política de Orçamento secreto, denunciada por reportagens do “Estadão” desde maio. Há tendência de estabilidade do dólar, dada a melhora do humor internacional. O índice futuro Bovespa amanheceu em uma recuperação de 0,38%, já os contratos futuros de dólar operam em queda de 0,36%.
No cenário internacional, observamos uma melhora frente à semana anterior, com os índices futuros das Bolsas de Nova Iorque operando em alta após uma semana de queda no mercado à vista. A expectativa em relação aos dados de atividade econômica (PMIs), divulgados hoje, estão pressionando positivamente os juros dos treasuries. Há também especulação em relação à quando o Federal Reserva começará a reduzir suas compras de ativos. Às 7h19, no mercado futuro, o Dow Jones subia 0,39%, o S&P 500 avançava 0,30% e o Nasdaq tinha alta de 0,27%. O juro da T-note de 10 anos avançava a 1,274%, de 1,257%. O DXY caía 0,21%, a 93,295, de 93,496 no fim da tarde de sexta-feira. Na Europa temos uma ampliação de ganhos nas principais Bolsas europeias após prévia de PMIs de agosto da Zona do Euro estar na expectativa do mercado. Às 7h18, a Bolsa de Londres subia 0,35%, a de Paris avançava 0,65% e a de Frankfurt se valorizava 0,16%. O euro avançava a US$ 1,1718, de US$ 1,1699 no fim da tarde de sexta-feira. Antes dos PMIs alemães, a moeda única era negociada a US$ 1,1712. A libra era cotada a US$ 1,3665, de 1,3626. Na Ásia as Bolsas fecharam em alta nesta segunda-feira, sendo puxadas principalmente pelo desempenho positivo das Bolsas de Nova York na final da semana passada. O japonês Nikkei subiu 1,78% em Tóquio hoje, enquanto o chinês Xangai Composto avançou 1,45%, e o Hang Seng se valorizou 1,05% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi avançou 0,97% em Seul. Na Oceania, a Bolsa australiana também ficou no azul. O S&P/ASX 200 teve alta de 0,39% em Sydney. Às 7h17, o dólar subia a 110,05%, de 109,83 no fim da tarde de sexta-feira em Nova Iorque.
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Yuri Pasini
Trader Mesa Câmbio do Travelex Bank